PREVALÊNCIA DE ÓBITOS DEVIDO A FEBRE AMARELA ANTES E DURANTE A EPIDEMIA NO BRASIL
ANA VICTÓRIA MARIANO DE MATOS 1, ARIOSTO AFONSO DE MORAIS1, MARIA CLÁUDIA CAVALCANTI SILVEIRA BEZERRA1, MATHIAS REGIS MODESTO1, REGINA COELI FERREIRA RAMOS1
1. UNICAP - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Católica de Pernambuco
ana.marianomatos22@gmail.com

A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artrópodes e causada por um vírus do gênero Flavivirus. No continente americano, existe o ciclo de transmissão urbano, que tem como vetor o Aedes aegypti, e o silvestre, que tem como vetores os mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes e os primatas não humanos (PNH) são hospedeiros primários. A FA é endêmica na Região Amazônica, sendo preocupante a sua reemergência para fora desta área nas últimas décadas. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência de óbitos por FA no Brasil nos últimos 05 anos de acordo com o Ministério da Saúde. Trata-se de uma revisão bibliográfica em que foram coletados dados dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde publicados nos últimos dois anos sobre os casos confirmados, óbitos e letalidade de FA por estado e região brasileira. Além disso, também obteve-se dados de 2013 a 2016 contidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Esses elementos foram agrupados e analisados levando em consideração a epidemia de FA no Brasil iniciada em dezembro de 2016. A região norte do Brasil (região amazônica) é endêmica para FA, apresentando 18 casos confirmados no período de 2013 a 2017 (3, 1, 2, 2, 10) e desses, 6 resultaram em óbito (33,3% de letalidade). A região sudeste registrou a maioria dos casos (1490), sendo que 99,7% destes ocorreram a partir de dezembro de 2016, quando foi deflagrada a epidemia da doença na referida região, e dos 492 óbitos registrados, apenas 3 ocorreram fora do período epidêmico (2-2015 // 1-2016). No estado de Minas Gerais teve a maioria dos casos confirmados (780 casos), com 256 óbitos (32,8 % de letalidade). Nos anos 2013 e 2014 não foi registrado nenhum caso de FA em região extra-amazônica e na região nordeste não foi registrado nenhum caso em todo o período estudado. É observada uma alteração do padrão de circulação viral a partir de 2014 e 2015, permitindo o contato do vírus com PNH de outras regiões e ainda que o sistema de saúde tenha ampliado as coberturas vacinais e intensificado a vigilância, o Brasil sofreu essa epidemia de FA Silvestre (FAS), sendo necessária uma remodelação ainda mais profunda dos esquemas vacinais em várias regiões brasileira. Por ser uma zoonose, a ampliação da cobertura vacinal e o papel da vigilância epidemiológica é fundamental para possibilitar ações de controle da FAS através da imunização da população e monitoramento de focos epidêmicos.



Palavras-chaves:  Brasil, Epidemia, Febre Amarela, Letalidade, Óbito