SURTOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS ÚLTIMOS 30 ANOS |
A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa viral, podendo apresentar-se em ciclos urbano ou silvestre. No Brasil apareceu pela primeira vez no ano de 1685 seguida de controle por aproximadamente 150 anos. A infecção é prevenível por vacina e as manifestações da doença podem aparecer de forma súbita, com febre, cefaleia, mialgia, prostração, vômitos e em casos graves, manifestações hemorrágicas. O objetivo do presente estudo é analisar e descrever de forma retrospectiva os surtos ocorridos no Brasil no período de 1942 a 2018. Foi utilizado a base de dados LILACS e o portal do Ministério da Saúde, sendo pesquisado o descritor: Surtos de FA no Brasil . A maioria dos surtos ocorreram nas regiões centro-oeste e norte do Brasil, sendo o aparecimento em outras regiões decorrente da migração das pessoas. Já no século XIX o estado de São Paulo teve cerca de 60% de pessoas acometidas evoluindo para óbito e permanece até hoje com grande número de casos seguido de do estado de Minas Gerais. Os adultos jovens são os mais acometidos e que moram em zona rural. Mediante esses achados na literatura podemos concluir que o processo de urbanização, devastação do ambiente vem levando a um aumento dos surtos além das fronteiras rurais levando a surtos que passam a ser mais difíceis de conter. Com as melhorias das condições básicas de higiene e saúde, e principalmente a aquisição da vacina, teve-se uma queda no número de casos da doença no Brasil, principalmente na região urbana que teve seu último surto no ano de 1942. A atual migração da doença levou a uma necessidade de intervenção vacinal a nível nacional, por conta do risco de um retorno ao ciclo urbano. Apesar de ter ocorrido uma queda brusca no número de casos e surtos da doença no Brasil após a aquisição da vacina e melhoria das condições de higiene, nota-se que ainda hoje esta se encontra presente e capaz de causar muitas complicações e limitações. A vacinação é o principal meio de prevenção, sendo de suma importância a divulgação e o ensinamento sobre o real poder desta e do saneamento básico. A capacitação de profissionais de saúde e um maior investimento na divulgação e educação social, políticas públicas na saúde associada a novas pesquisas para o controle da FA são cruciais para controle dos surtos. |