DOENÇAS VEICULADAS PELA ÁGUA NO ESTADO DE ALAGOAS: CUSTOS, HOSPITALIZAÇÕES E ÓBITOS
GUILHEME OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE MALTA 1, DEBORAH MARA DA ROCHA PEREIRA1, JANINE MARTINS DA SILVA 1, PAULA MARIANA FRAGOSO TORRES 1, JULIANA BARBOSA BARROS NUNES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
malta.goa@gmail.com

A infraestrutura sanitária é deficiente no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), em 2008 somente 46% dos domicílios estavam conectados a redes de esgotamento sanitário. Isso está diretamente relacionado com as condições de saúde da população, que é deficiente, principalmente em países em desenvolvimento. No Brasil, a presença de patologias como a cólera, febre tifoide e leptospirose, vinculadas à escassez de acesso a saneamento básico, refletem a história de uma política de saneamento vinculada ao desenvolvimento institucional do Estado, sendo desigual entre as regiões, que se tem refletido no perfil de adoecimento da população, já que, nas Regiões Norte e Nordeste, há manutenção de níveis endêmicos de patologias que já estão quase superadas em outras Regiões do país. Deste modo, doenças infecciosas permanecem sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade e a sua prevalência demonstra a fragilidade dos sistemas públicos de saneamento. O presente estudo tem o objetivo de relatar os números de internações, óbitos e os gastos públicos com doenças infecciosas de veiculação hídrica. Os dados foram obtidos por meio eletrônico através do Sistema de Informação Hospitalar-SUS, designado TABNET, e posteriormente foram tabulados na ferramenta de suporte Microsoft Office Excel. Os dados são referentes ao período de abril de 2017 à abril de 2018, alimentados pelas notificações dos hospitais alagoanos do SUS. As doenças de transmissão hídrica foram: cólera, febre tifoide, shiguelose, amebíase, diarreia, gastroenterite e leptospirose, as quais totalizaram 22% das internações hospitalares referentes a doenças infectoparasitárias, com 44 óbitos e totalizando uma despesa para federação de R$ 1.194.109,10 reais, correspondendo a 97.4% dos gastos. A diarreia e a gastroenterite representam a maior parcela em todos os parâmetros, com 2.695 internações, 42 óbitos e despesas que ultrapassam um milhão de reais. As doenças são prevalentes em crianças menores de 10 anos, exceto nos casos de leptospirose, onde jovens e adultos representam a maior parcela. É notório que o investimento da federação é alto para o tratamento de pacientes acometidos pelas doenças citadas, entretanto faz-se necessário investir em políticas de prevenção, principalmente no âmbito de saneamento básico, a fim de reduzir gastos desnecessários com tratamentos de doenças preveníveis e ocupação de leitos hospitalares. 



Palavras-chaves:  Saneamento, Prevenção e controle, Água