ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSE NAS CIDADES BANHADAS PELA BACIA DO RIO MUNDAÚ |
A esquistossomose é uma parasitose de veiculação hídrica, considerada de caráter endêmico, principalmente em países subdesenvolvidos, como o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2012 ocorreram 1.464 óbitos decorrentes dessa enfermidade no Brasil, e os estados de Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Bahia e Sergipe tiveram os maiores índices endêmicos da Federação. O Rio Mundaú e seus afluentes formam uma bacia hidrográfica que banha os estados de PE e AL, deste modo, devido a forma de transmissibilidade da doença, faz-se necessário um estudo epidemiológico sobre o acometimento das populações ribeirinhas desses estados. Objetivou-se traçar um perfil epidemiológico da doença nas cidades, que compõem a bacia do rio mundaú, para fomentar informações epidemiológicas e alertar as autoridades sanitárias, ajudando a consolidar o Programa de Controle da Esquistossomose (PEC). Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo retrospectivo, com informações coletadas do período de 2013 a 2016, no Sistema de Informação do PCE – SISPCE, obtidos por meio eletrônico no tabulador de dados do DATASUS, designado TABNET, tabulou-se os dados na ferramenta de suporte, Microsoft Office Excel e realizou-se a análise dos mesmos. A bacia hidrográfica do rio mundaú banha 33 cidades, sendo 16 no estado de PE e 17 no estado de AL, incluindo a capital Maceió. No período de tempo analisado, foram realizados 256.350 exames nas 17 cidades de AL e 56.338 exames em 9 das 16 cidades de PE, resultando em 7,63% (19.548) de positividade nos exames nas cidades do estado de AL e 1,99% (1.120) de positividade nas cidades de PE. Totalizou-se 20.668 casos de esquistossomose nas 26 cidades ribeirinhas, representando 32,7% dos casos totais nos dois estados. Destacaram-se sete cidades alagoanas, que juntas somaram 16.661 casos (80.5%), entre elas Maceió, que é banhada pela lagoa mundaú. Salienta-se que, os números de casos diminuíram ao decorrer do tempo, porém a região ainda tem um caráter endêmico. O acesso à água potável, saneamento básico e infraestrutura de comunidades ribeirinhas, podem ser a explicação para esses elevados índices, que agravam as condições de saúde humana. Diante dos números apresentados neste estudo é possível concluir que além do PCE, responsável por notificar os casos e tornar possível a identificação de áreas endêmicas, é necessária a integração à políticas de saúde com o propósito de tratar e melhorar a condição de vida da população dessas cidades |