ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSE NAS CIDADES BANHADAS PELA BACIA DO RIO MUNDAÚ
GUILHEME OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE MALTA 1, DEBORAH MARA DA ROCHA PEREIRA1, JANINE MARTINS DA SILVA 1, PAULA MARIANA FRAGOSO TORRES 1, JULIANA BARBOSA BARROS NUNES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
malta.goa@gmail.com

A esquistossomose é uma parasitose de veiculação hídrica, considerada de caráter endêmico, principalmente em países subdesenvolvidos, como o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2012 ocorreram 1.464 óbitos decorrentes dessa enfermidade no Brasil, e os estados de Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Bahia e Sergipe tiveram os maiores índices endêmicos da Federação. O Rio Mundaú e seus afluentes formam uma bacia hidrográfica que banha os estados de PE e AL, deste modo, devido a forma de transmissibilidade da doença, faz-se necessário um estudo epidemiológico sobre o acometimento das populações ribeirinhas desses estados. Objetivou-se traçar um perfil epidemiológico da doença nas cidades, que compõem a bacia do rio mundaú, para fomentar informações epidemiológicas e alertar as autoridades sanitárias, ajudando a consolidar o Programa de Controle da Esquistossomose (PEC). Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo retrospectivo, com informações coletadas do período de 2013 a 2016, no Sistema de Informação do PCE – SISPCE, obtidos por meio eletrônico no tabulador de dados do DATASUS, designado TABNET, tabulou-se os dados na ferramenta de suporte, Microsoft Office Excel e realizou-se a análise dos mesmos. A bacia hidrográfica do rio mundaú banha 33 cidades, sendo 16 no estado de PE e 17 no estado de AL, incluindo a capital Maceió. No período de tempo analisado, foram realizados 256.350 exames nas 17 cidades de AL e 56.338 exames em 9 das 16 cidades de PE, resultando em 7,63% (19.548) de positividade nos exames nas cidades do estado de AL e 1,99% (1.120) de positividade nas cidades de PE. Totalizou-se 20.668 casos de esquistossomose nas 26 cidades ribeirinhas, representando 32,7% dos casos totais nos dois estados. Destacaram-se sete cidades alagoanas, que juntas somaram 16.661 casos (80.5%), entre elas Maceió, que é banhada pela lagoa mundaú. Salienta-se que, os números de casos diminuíram ao decorrer do tempo, porém a região ainda tem um caráter endêmico. O acesso à água potável, saneamento básico e infraestrutura de comunidades ribeirinhas, podem ser a explicação para esses elevados índices, que agravam as condições de saúde humana. Diante dos números apresentados neste estudo é possível concluir que além do PCE, responsável por notificar os casos e tornar possível a identificação de áreas endêmicas, é necessária a integração à políticas de saúde com o propósito de tratar e melhorar a condição de vida da população dessas cidades



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Esquistossomose, Schistosoma