TENDÊNCIAS ESPAÇO-TEMPORAIS DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NO CEARÁ, BRASIL, 2007-2015
RAIZZA BARROS SOUSA SILVA 1, LAYSA FREIRE FRANCO E SILVA1, BEATRIZ MARIA DE ALMEIDA BRAZ1, SUZANNA CAVALCANTE LINS1, HEITOR CÂNDIDO DE SOUZA1, WALTER MASSA RAMALHO1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. PPGMV/UFCG - Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande, 2. UFRPE - Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 3. UNB - Universidade de Brasília
raizzabss@hotmail.com

A leishmaniose visceral (VL) é uma doença negligenciada, que está amplamente distribuída no mundo e em constante expansão no Brasil, um processo que tem sido associado à urbanização. O Ceará é o estado brasileiro que registra o maior número de casos de LV. Este tabalhor consiste em um estudo exploratório com análises espaciais e de séries temporais de novos casos confirmados e notificados de LV, entre 2007 e 2015, no estado do Ceará, Nordeste do Brasil, a fim de identificar as áreas com maiores riscos de transmissão. Para tal, utilizaram-se dados obtidos do Sinan/DataSUS/MS que foram analisados através de três metodologias complementares: mapas coropléticos de incidências bruta e suavizada, a autocorrelação global e local e a varredura espaço-temporal pelo modelo discreto de Poisson. Apenas treze municípios dos 184 não registraram nenhum caso no período do estudo. Os 4.348 novos casos analisados revelaram uma distribuição espacial e temporal heterogênea da LV no Ceará. A microrregião de Fortaleza se destacou em número de casos, com ênfase para o município de mesmo nome, capital do estado. Tanto a incidência bruta quanto a suavizada apresentaram uma maior heterogeneidade no primeiro triênio, reduziram no segundo e aumentaram no terceiro triênio. Esse aumento foi influenciado pelo surgimento de novos casos de LV em 41 municípios, que no primeiro triênio não registraram nenhum caso. Essa expansão ocorreu em todas as micro e mesorregiões cearenses, mas, principalmente, nas noroeste e sudeste do estado. Na manutenção e expansão da LV, sobressaíram-se as mesorregiões Metropolitana de Fortaleza, Sul e Noroeste Cearense. A mesorregião do Jaguaribe apresentou a menor incidência em todos os três triênios, com destaque para as microrregiões do Médio e Baixo Jaguaribe. Estes resultados contribuem para melhorar a compreensão sobre a LV no Ceará e pode ajudar a orientar ações do programa de controle, priorizando áreas com maiores riscos de transmissão.



Palavras-chaves:  Calazar, Epidemiologia, Geoprocessamento, Nordeste