HIPERTENSÃO PORTAL EM PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA: MECANISMO FISIOPATOLÓGICO
ENÁGIO AMORIM XAVIER 1, CARLOS GERMANO DE LEAL RAMOS1, DAIANNE ESTRELA GONÇALVES1, GUILHERME ARAÚJO MOTA1, HÉDULLA KAROLINY DE SOUZA LIMA TAVARES1, JÚLIA MILENA FERNANDES DANTAS1, MARIA TERESA JACOME ALVES1, RAFHAEL MAIA SANTIAGO1, REBECA KAROLLYNE ROLIM RIBEIRO1, THAÍS XAVIER SILVA1
1. UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2. UNIFACS - UNIVERSIDADE SALVADOR
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A esquistossomose mansônica é desencadeada por infecções provocadas pelo platelminto trematódeo Schistosoma mansoni , sendo ela uma das principais parasitoses que acometem a população Brasileira. Essa doença quando manifestada em seu quadro crônico, apresenta-se como a principal responsável para aparição de complicações hepáticas graves, tais como a hipertensão portal. O presente trabalho possui como intuito uma revisão literária acerca do mecanismo fisiopatológico da hipertensão portal em pacientes acometidos por esquistossomose decorrentes de infecção por Schistosoma mansoni . Quanto ao método utilizado nesse estudo, optou-se por uma revisão literária descritiva, tendo como fonte de consulta as bases de dados NCBI Pubmed , Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) . Para tal foram utilizados como descritores os termos: complicações hepáticas, esquistossomose mansônica, hipertensão portal e infecção por Schistosoma mansoni , tendo como critério de inclusão a prevalência dos descritores citados e publicações realizadas entre 2005 e 2017, de modo que ao final foram selecionados nove artigos que obedeceram aos critérios de inclusão. Observou-se que a hipertensão portal é um dos principais achados em pacientes com quadro crônico de esquistossomose mansônica, sobretudo após o surgimento da forma hepatoesplênica compensada da parasitose. O mecanismo fisiopatológico que explica a correlação ente hipertensão portal e esquistossomose mansônica, pauta-se principalmente na compreensão do ciclo vital parasitário, em que o acúmulo de ovos liberados pelas fêmeas do parasita Schistosoma mansoni no espaço portal hepático desencadeia um mecanismo reativo de caráter inflamatório responsável por ocasionar a formação de lesões granulomatosas na região hepática, o que posteriormente ocasiona o surgimento de minúsculas lesões nos hepatócitos da área vascular portal e a aparição de lesões fibróticas na mesma região, sendo essa última o fator desencadeante para as principais complicações decorrentes da hipertensão portal esquistossomótica, como varizes esofágicas, hepatoesplenomegalia e ascite. Neste sentido, foi evidenciado que o surgimento de hipertensão portal em pacientes esquistossomóticos está correlacionado ao modo como o parasita lesiona as células hepáticas e como esta agressão repercute de forma clínica no organismo dos indivíduos infectados.



Palavras-chaves:  Esquistossomose mansônica, Hipertensão Portal, Mecanismo fisiopatológico