HIPERTENSÃO PORTAL EM PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA: MECANISMO FISIOPATOLÓGICO |
A esquistossomose mansônica é desencadeada por infecções provocadas pelo platelminto trematódeo Schistosoma mansoni , sendo ela uma das principais parasitoses que acometem a população Brasileira. Essa doença quando manifestada em seu quadro crônico, apresenta-se como a principal responsável para aparição de complicações hepáticas graves, tais como a hipertensão portal. O presente trabalho possui como intuito uma revisão literária acerca do mecanismo fisiopatológico da hipertensão portal em pacientes acometidos por esquistossomose decorrentes de infecção por Schistosoma mansoni . Quanto ao método utilizado nesse estudo, optou-se por uma revisão literária descritiva, tendo como fonte de consulta as bases de dados NCBI Pubmed , Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) . Para tal foram utilizados como descritores os termos: complicações hepáticas, esquistossomose mansônica, hipertensão portal e infecção por Schistosoma mansoni , tendo como critério de inclusão a prevalência dos descritores citados e publicações realizadas entre 2005 e 2017, de modo que ao final foram selecionados nove artigos que obedeceram aos critérios de inclusão. Observou-se que a hipertensão portal é um dos principais achados em pacientes com quadro crônico de esquistossomose mansônica, sobretudo após o surgimento da forma hepatoesplênica compensada da parasitose. O mecanismo fisiopatológico que explica a correlação ente hipertensão portal e esquistossomose mansônica, pauta-se principalmente na compreensão do ciclo vital parasitário, em que o acúmulo de ovos liberados pelas fêmeas do parasita Schistosoma mansoni no espaço portal hepático desencadeia um mecanismo reativo de caráter inflamatório responsável por ocasionar a formação de lesões granulomatosas na região hepática, o que posteriormente ocasiona o surgimento de minúsculas lesões nos hepatócitos da área vascular portal e a aparição de lesões fibróticas na mesma região, sendo essa última o fator desencadeante para as principais complicações decorrentes da hipertensão portal esquistossomótica, como varizes esofágicas, hepatoesplenomegalia e ascite. Neste sentido, foi evidenciado que o surgimento de hipertensão portal em pacientes esquistossomóticos está correlacionado ao modo como o parasita lesiona as células hepáticas e como esta agressão repercute de forma clínica no organismo dos indivíduos infectados. |