TRATAMENTO INTRALESIONAL DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA
ALBÉRICO DE FREITAS CARVALHO 1, ANDRÉ LUIZ BELÉM NEGROMONTE DOS SANTOS1, ANA BEATRIZ ARAÚJO LEITE1, CLAUDIA DE CARVALHO VITAL1, DANILO RAFAEL BARBOSA DOS SANTOS1, INGRID LILIANNE DE ALMEIDA ARAÚJO 1, LUCAS SILVA COSTA GUERRA MORAES1, MARIA GUERRA BARETTO DA COSTA1, MARINA DE SÁ GADELHA1, PAULO SILVEIRA CARDOSO FERREIRA1, RAYSSA SANTANA DE FARIAS 1, ANGELA CRISTINA RAPELA MEDEIROS1, MARIA EDILEUZA FELINTO DE BRITO1
1. UPE - Universidade de Pernambuco , 2. FIOCRUZ - PE - CPqAM Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, 3. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde
albericofcarvalho@yahoo.com.br

A leishmaniose cutânea é uma doença que acomete a pele, causada por parasitos do gênero Leishmania e transmitida pela picada de insetos flebótomos. É doença endêmica em todas as regiões geográficas de Pernambuco. A OMS definiu ser uma doença que não implica risco imediato a vida, justificando que terapias alternativas, menos tóxicas e com menos efeitos colaterais sejam utilizadas para tratar esses pacientes. O tratamento intralesional com antimoniato de n-metilglucamina é uma proposta válida e efetiva para tratar pacientes selecionados. Esse estudo tem por objetivo relatar o quadro clínico e evolução de um paciente de área de risco tratado com antimoniato de meglumina intralesional. Paciente sexo masculino, 46 anos, procedente de Camaragibe-PE, zona de fronteira para leishmaniose cutânea, professor universitário, chega ao ambulatório de dermatologia com lesão úlcero-crostosa, de base eritematosa e bordas levemente elevadas, medindo 1,5 x 1,6 cm, em membro inferior esquerdo, com 2 meses de evolução. Foram solicitados exames complementares para leishmania (PCR e biopsia), cujo deram resultados inconclusivos. A considerar a lesão e as características epidemiológicas, foi realizado diagnóstico clínico-epidemiológico e proposto tratamento intralesional com antimoniato de meglumina. Foram realizadas 3 aplicações, com intervalo de médio de 15 dias entre elas, com avaliação da resposta terapêutica em 7, 15, 30, 60, 90 e 120 dias após a finalização do esquema terapêutico. O paciente evoluiu com boa resposta clínica durante o tratamento, apresentando tecido de granulação e diminuição do tamanho da lesão e da infiltração, não apresentou reações adversas à medicação, havendo queixa de dor local durante a aplicação. Ao final de 60 dias a lesão já se encontrava completamente epitelizada, considerando cura clínica da leishmania. Sabe-se que os exames complementares para esta entidade não são 100% sensíveis e específicos, necessitando avaliação holística do paciente para fechar o diagnóstico. O tratamento intralesional é uma boa opção terapêutica para lesões únicas, com tamanho menor que 900mm 2 e que não estejam localizadas próximo a articulações, quando comparados ao esquema intravenoso. O tratamento intralesional, antes indicado apenas para pacientes com contraindicações formais ao tratamento intravenoso, pode ser uma opção mais segura e com menos efeitos colaterais a uma gama maior de pacientes que atendam os critérios supracitados



Palavras-chaves:  Leishmania, intralesional, antimoniato de n-metilglucamina