TRATAMENTO INTRALESIONAL DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA |
A leishmaniose cutânea é uma doença que acomete a pele, causada por parasitos do gênero Leishmania e transmitida pela picada de insetos flebótomos. É doença endêmica em todas as regiões geográficas de Pernambuco. A OMS definiu ser uma doença que não implica risco imediato a vida, justificando que terapias alternativas, menos tóxicas e com menos efeitos colaterais sejam utilizadas para tratar esses pacientes. O tratamento intralesional com antimoniato de n-metilglucamina é uma proposta válida e efetiva para tratar pacientes selecionados. Esse estudo tem por objetivo relatar o quadro clínico e evolução de um paciente de área de risco tratado com antimoniato de meglumina intralesional. Paciente sexo masculino, 46 anos, procedente de Camaragibe-PE, zona de fronteira para leishmaniose cutânea, professor universitário, chega ao ambulatório de dermatologia com lesão úlcero-crostosa, de base eritematosa e bordas levemente elevadas, medindo 1,5 x 1,6 cm, em membro inferior esquerdo, com 2 meses de evolução. Foram solicitados exames complementares para leishmania (PCR e biopsia), cujo deram resultados inconclusivos. A considerar a lesão e as características epidemiológicas, foi realizado diagnóstico clínico-epidemiológico e proposto tratamento intralesional com antimoniato de meglumina. Foram realizadas 3 aplicações, com intervalo de médio de 15 dias entre elas, com avaliação da resposta terapêutica em 7, 15, 30, 60, 90 e 120 dias após a finalização do esquema terapêutico. O paciente evoluiu com boa resposta clínica durante o tratamento, apresentando tecido de granulação e diminuição do tamanho da lesão e da infiltração, não apresentou reações adversas à medicação, havendo queixa de dor local durante a aplicação. Ao final de 60 dias a lesão já se encontrava completamente epitelizada, considerando cura clínica da leishmania. Sabe-se que os exames complementares para esta entidade não são 100% sensíveis e específicos, necessitando avaliação holística do paciente para fechar o diagnóstico. O tratamento intralesional é uma boa opção terapêutica para lesões únicas, com tamanho menor que 900mm 2 e que não estejam localizadas próximo a articulações, quando comparados ao esquema intravenoso. O tratamento intralesional, antes indicado apenas para pacientes com contraindicações formais ao tratamento intravenoso, pode ser uma opção mais segura e com menos efeitos colaterais a uma gama maior de pacientes que atendam os critérios supracitados |