ADOLESCENTE VIVENDO COM HIV/AIDS EM USO IRREGULAR DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV)-UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
JÚLIA BUONAFINA DA SILVA 1, MAURIZENE RODRIGUES SILVA1, BEATRIZ DE OLIVEIRA FABIANO1, ROSÁRIO ANTUNES FONSECA DE LIMA1, JULIA LARISSA DE SOUZA SILVA 1
1. FENSG-UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças- Universidade de Pernambuco
juliabuonafina@gmail.com

A adolescência é uma fase de inúmeros conflitos e incertezas quanto à aparência, forma física, amizades e futuro. Tais dúvidas irreverentes a qualquer um que passa por esse período, porém o adolescente que vive com o vírus da imunodeficiência humana/ síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV/AIDS) sente-se ainda mais inseguro, não apenas pelas mudanças que irão acontecer como por se sentir diferente dos demais, acrescido do preconceito e estigma existente acerca da síndrome. Tal fato pode ocasionar isolamento e consecutivamente déficit de autoestima, levando ao abandono do tratamento. Descrever a vivência de acadêmicas com uma adolescente vivendo com HIV/AIDS em uso irregular da Terapia Antirretroviral (TARV). Estudo realizado por acadêmicas de enfermagem da Universidade de Pernambuco, participantes do projeto de extensão REVIVAIDS, que trabalha a reconstrução da visão sobre pessoas que vivem com HIV/AIDS, sendo de cunho qualitativo, realizado no período de Maio a Dezembro de 2017. O local do estudo foi uma casa de apoio a mulheres que vivem com HIV/AIDS, localizada no bairro de Dois Unidos em Recife-PE. A amostra consistiu em uma adolescente moradora da casa. Durante as primeiras tentativas de aproximação das acadêmicas a adolescente se mostrou bastante resistente a falar. Sendo perguntada sobre o que mais gostava, informou não gostar de nada, porém, após muita conversa disse gostar de biscoito recheado de chocolate e de músicas de “brega”. Partindo disso, nas visitas subsequentes as extensionistas passaram a levar o que ela disse gostar, nesse momento ela começou a interagir, ainda que pouco. Soube-se que ela tinha nascido com HIV e que desde então vivia em conflito consigo mesma, tendo como reflexo a não adesão a TARV. Diante disso, trabalhou-se com ela de forma lúdica e didática a importância da adesão ao tratamento para uma melhor qualidade, tendo como base a autoestima e a auto aceitação, fazendo-a enxergar novas perspectivas de futuro. Também foi discutido sobre a significância da higiene íntima e utilização do preservativo, no intuído da promoção da saúde. Essa vivência proporcionou as acadêmicas uma ampliação da visão sobre o que é ser adolescente e conviver com HIV/AIDS, demonstrando o quão a comunicação é relevante para o entendimento e andamento do processo.  Assim, pôde-se trabalhar com ela sua autoestima de forma a empoderá-la, tornando-a protagonista de sua história.



Palavras-chaves:  Adolescente, Autoestima, Transmissão Vertical