DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA LAGOQUILASCARÍASE: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES
RAQUEL COSTA E SILVA 1, KARLA GOMES CUNHA1, TÚLIO CHAVES MENDES1, ADELITO BORBA FARIAS1, JOSIMAR DOS SANTOS MEDEIROS1
1. UEPB - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA
raquel_costa@outlook.com

Algumas infecções parasitárias são consideradas raras, especialmente algumas zoonoses que eventualmente podem atingir o ser humano. É o caso do helminto Lagochilascaris minor , implicado como causador de uma parasitose emergente e potencialmente grave. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão integrativa de literatura sobre o parasita Lagochilascaris minor . A busca nos bancos de dados foi realizada com a utilização do portal Capes, nas bases ScieLO , ScienceDirect e LILACS indexados nos últimos 100 anos. Um dos critérios de inclusão foi seleção de artigos com acesso ao texto completo. A busca retornou 122 publicações e depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, 17 trabalhos foram selecionados para participar da pesquisa, denotando a escassez de publicações sobre o tema. As principais formas de contaminação são ingestão de carne crua ou mal cozida de animais silvestres, contendo larvas encistadas do parasito e/ou ingestão de larvas infectantes juntamente com água de bebida contaminada com fezes de hospedeiro silvestre. Todos os casos foram relatados na América latina, sendo mais de 90% dos casos somente no Brasil, notadamente no estado do Pará. A lagochilascaríase é uma doença de evolução crônica cujo processo infeccioso pode persistir por vários anos. O parasita realiza autoinfecção no homem e isso leva a uma cronificação da doença durante vários anos. A doença se manifesta pela formação de abscessos em diversas regiões do corpo. Seu diagnóstico pode ser feito pelo encontro de ovos do helminto em amostras de fezes dos pacientes ou pela presença de ovos, larvas e vermes adultos nas secreções das lesões. Contudo, em alguns casos essas lesões não se exteriorizam nem alcançam a luz do sistema digestório, e já que não há métodos sorológicos específicos, pode não haver um diagnóstico conclusivo. Além disso, é uma infecção difícil de ser tratada, geralmente exigindo uso contínuo de fármacos e remoção cirúrgica dos abscessos, quando possível. Mas não há ainda uma droga totalmente eficaz no tratamento da infecção. Os medicamentos mais utilizados são mebendazol, tiabendazol, albendazol, levamisol, ivermectina e dietilcarbamazina, em esquemas terapêuticos que podem se prolongar por meses e até anos. Por isso, são necessários maiores estudos para ampliar o conhecimento desta parasitose entre profissionais da saúde, especialmente em áreas endêmicas, já que há marcantes limitações para o diagnóstico e também para a terapêutica.



Palavras-chaves:  Lagochilascaris minor, emergente, zoonose