VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA EM CURITIBA
EVELYN CRISTINE DA SILVA1, ANA PAULA CONICK MAFRA POLETO1, CAROLINE CONSTANTINO1, VIVIEN MIDORI MORIKAWA 1
1. UFPR - Universidade Federal do Paraná, 2. PMC - Prefeitura Municipal de Curitiba
vmmorikawa@gmail.com

As estimativas globais da incidência de agravos por mordeduras de cães são pouco precisas, porém os estudos sugerem que mundialmente ocorra milhões de mordeduras todos os anos. Em Curitiba, o agravo de notificação mais frequente é o acidente por animal potencialmente transmissor da raiva (AAPTR), devido à mordedura de cães, com uma média de 8.778 atendimentos/ano entre os anos de 2007 e 2015,notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).Objetivou-se investigar os dados de profilaxia pós-exposição da raiva humana por meio de um estudo retrospectivo descritivo no período de jan/2010 a dez/2015. Foram incluídos os agravos notificados por Unidades Municipais de Saúde (UMS) em que o tipo de exposição foi a mordedura por cães. Variáveis referentes ao cão agressor (condição do animal para fins de conduta do tratamento, animal passível de observação e condição final do animal) e relacionadas a abordagem clínica (tratamento indicado, número de doses de vacina por vítima, interrupção do tratamento e motivo) foram selecionadas e verificadas utilizando o software Microsoft Office Excel 2010. A análise de 18.629 notificações demonstrou que, quanto ao cão agressor, em 14.826/18.629 (79,59%) casos o cão foi classificado como sadio para fins de conduta do tratamento e em 14.321/18.629 (76,87%) casos o animal era passível de observação. Ao final do período de observação, em 13.412/18.629 (72,00%) casos os animais foram descritos como clinicamente negativos para raiva. Não consta nos dados analisados a ocorrência de cães com diagnóstico positivo para raiva no exame clínico e/ou laboratorial. Nas condutas profiláticas, em 13.154/18.629 (70,61%) casos foi indicado a observação do cão associada à vacinação da vítima. No uso das vacinas, das vítimas com indicação para o uso, 14.082/17479 (75,59%) casos receberam até duas doses de vacina. Acerca da conclusão do tratamento, houve interrupção em 4.656/18.629 (24,99%) casos, sendo o principal motivo da interrupção o abandono do tratamento pela vítima, em 4.358/4656 (93,60%) casos. Entende-se que a conduta correta da profilaxia da raiva humana e o preenchimento preciso das fichas de atendimento, contribuem para a gestão dos recursos públicos e para a vigilância desta zoonose. É de grande importância a investigação deste agravo no país, objetivando a redução dos riscos e agravos causados por esses animais e promoção de ações em vigilância em saúde.



Palavras-chaves:  Atendimento Antirrábico Humano, Mordedura, Vigilância em Saúde