HÁBITOS ALIMENTARES, AMBIENTAIS E SOCIAIS CORRELACIONADOS À FAUNA PARASITÁRIA EM MORCEGOS DO RIO GRANDE DO SUL - REVISÃO DE LITERATURA
RENATA FAGUNDES MOREIRA1, DARWIN DIAS FAGUNDES1, ANDRESSA SANTOS1, KELLEN LOPES GVOZDZ1, MARIANA CAETANO TEIXEIRA1
1. UNIRITTER - Centro Universitário Ritter dos Reis, 2. ECOEFICIÊNCIA - Ecoeficiência Soluções Ambientais
Renata.Fagundes.Mm@gmail.com

A diversidade de morcegos no Brasil chega a 178 espécies, possuindo uma ampla diversidade alimentar, sendo carnívoros, frugívoros, hematófagos, insetívoros, onívoros, piscívoros e nectarívoros. Além da alimentação como meio mais propenso na aquisição de parasitos, o hábito de beber água, seja da chuva, de nascentes e outras formas, leva a aquisição de parasitos pelo acúmulo de fezes, urina e contaminantes por pessoas ou animais. Os abrigos gregários e contato físico entre os indivíduos, correlacionadas a dieta e água, favorecem para a diversidade de parasitos. O objetivo desta revisão de literatura é elucidar a presença de parasitos gastrintestinais e protozoários em morcegos do Rio Grande do Sul, considerando alimentação, contaminação ambiental e hábito social entre espécies. No Brasil, pode-se afirmar que poucas espécies de morcegos se adaptam a ambientes antropizados ou urbanas, abrigando-se em construções artificiais como alternativa à destruição de abrigos naturais, com grandes possibilidades de transportarem agentes infecciosos ou zoonóticos, ou estarem susceptíveis a agentes relacionados a contaminação pela ação humana. Diversos helmintos já foram registrados em morcegos, sendo sua diversidade, entre outros fatores, diretamente ligada a alimentação. Há relação na presença e diversidade morfológica de trematódeos no trato gastrintestinal de morcegos insetívoros, devido aos insetos fazerem parte do ciclo como hospedeiros intermediários. Estudos recentes em morcegos no Brasil descrevem 48 espécies de helmintos, mostrando maior número de espécies de nematódeos, seguido por trematódeos e protozoários, como Toxoplasma gondii e Eimeria sp. Ao comparar a dieta e os ciclos dos parasitos, há uma tendência do parasitismo em morcegos frugívoros por helmintos de ciclo monoxeno, que podem complementar sua dieta com insetos, o que explica a ocorrência de helmintos de ciclo heteroxeno. Além disso, alguns ectoparasitos podem ser responsáveis pela transmissão de helmintos heteroxenos. Alterações neurológicas, hematológicas, respiratórias, hemoglobinúria, esplenomegalia e óbito já foram verificadas, sendo que parasitemia coincide com o comportamento incomum. O parasitismo em morcegos ainda é um campo pouco estudado. A ampliação do conhecimento parasitológico sobre os hábitos de morcegos do Rio Grande do Sul, auxilia o serviço de epidemiologia, vigilância em saúde, preservação e conservação deste mamífero de grande importância para manutenção de nosso ecossistema.



Palavras-chaves:  Parasitismo, Quirópteros, Saúde Única, Diversidade Parasitária