COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NA CAPITAL DO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2007 A 2016
TEODORO MARCELINO DA SILVA 1, INGRID MIKAELA MOREIRA DE OLIVEIRA1, ALICIANE SOBREIRA LIMA1, RAIMUNDO TAVARES LUNA NETO1, BEATRIZ DE CASTRO MAGALHÃES1, JOSÉ VALDIR RÉGIS JÚNIOR1, ANA BRUNA GOMES DA SILVA1, VERA LÚCIA MENDES DE PAULA PESSOA1, ROCHDALLY ALENCAR BRITO SANTOS1, VINÍCIUS RODRIGUES DE OLIVEIRA1
1. URCA - Universidade Regional do Cariri, 2. UECE - Universidade Estadual do Ceará
teodoro.marcelino.s@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada por uma micobactéria ( Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen) com capacidade de infectar inúmeros indivíduos (alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa patogenicidade). Manifesta-se através de manchas na pele com alteração de sensibilidade, podendo ainda ocorrer espessamento de nervos periféricos. Sendo assim, a hanseníase é um importante problema de saúde pública, inclusive no Brasil. Cidades como Fortaleza, Recife, São Luís e Rio de Janeiro diagnosticam mais de quinhentos novos casos de hanseníase todos os anos. Este estudo objetivou conhecer o comportamento epidemiológico da hanseníase na cidade de Fortaleza no período de 2007 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, de caráter descritivo, tendo como cenário a capital do Estado do Ceará, Fortaleza, conforme dados ofertados pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará através do boletim epidemiológico de casos notificados pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan). Mediante análise dos dados, no período de 2007 a 2016, verifica-se que no Estado do Ceará foram notificados 21.335 casos novos da doença a cada 100 mil habitantes, sendo que só em Fortaleza, foram cerca de 6.930 novos casos. A taxa de mortalidade durante esse período foi cerca de 81,7%, sendo que em 2016, o percentual de óbitos foi maior, cerca de 14,1% devido a poucas realizações de exames de contato nas unidades básicas de saúde. Entre 2007 e 2016 houve predomínio do sexo masculino nas notificações de novos casos. A média registrada entre os homens foi de 55,7% e entre as mulheres, 44,3%. O ano que registrou a maior proporção de novos casos no sexo feminino foi 2009 (48,3%) e no sexo masculino foi em 2016 (60,2%).Em 2007, os valores de incidência da doença em Fortaleza era cerca de 31,3% a cada 100 mil habitantes; em 2008 cerca de 36,4%; em 2009 cerca de 32,1%; em 2010 cerca de 29,4%; 2011 cerca de 25,9%; 2012 cerca de 24,9%; 2013 cerca de 27,1%; 2014 cerca de 24,5%; 2015 cerca de 22,5% e em 2016 aproximadamente 21,8%, concluindo-se assim um parâmetro muito alto da incidência de hanseníase na capital do Estado do Ceará. Nota-se que em Fortaleza, a tendência é reduzir os casos hansêmicos com o passar dos anos, sendo necessário ainda o desenvolvimento de atividades que busquem a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e tratamento, por ser essa uma importante estratégia para a redução da morbimortalidade desta doença.



Palavras-chaves:  Doença, Epidemiologia, Hanseníase