COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NA CAPITAL DO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2007 A 2016 |
A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada por uma micobactéria ( Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen) com capacidade de infectar inúmeros indivíduos (alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa patogenicidade). Manifesta-se através de manchas na pele com alteração de sensibilidade, podendo ainda ocorrer espessamento de nervos periféricos. Sendo assim, a hanseníase é um importante problema de saúde pública, inclusive no Brasil. Cidades como Fortaleza, Recife, São Luís e Rio de Janeiro diagnosticam mais de quinhentos novos casos de hanseníase todos os anos. Este estudo objetivou conhecer o comportamento epidemiológico da hanseníase na cidade de Fortaleza no período de 2007 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, de caráter descritivo, tendo como cenário a capital do Estado do Ceará, Fortaleza, conforme dados ofertados pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará através do boletim epidemiológico de casos notificados pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan). Mediante análise dos dados, no período de 2007 a 2016, verifica-se que no Estado do Ceará foram notificados 21.335 casos novos da doença a cada 100 mil habitantes, sendo que só em Fortaleza, foram cerca de 6.930 novos casos. A taxa de mortalidade durante esse período foi cerca de 81,7%, sendo que em 2016, o percentual de óbitos foi maior, cerca de 14,1% devido a poucas realizações de exames de contato nas unidades básicas de saúde. Entre 2007 e 2016 houve predomínio do sexo masculino nas notificações de novos casos. A média registrada entre os homens foi de 55,7% e entre as mulheres, 44,3%. O ano que registrou a maior proporção de novos casos no sexo feminino foi 2009 (48,3%) e no sexo masculino foi em 2016 (60,2%).Em 2007, os valores de incidência da doença em Fortaleza era cerca de 31,3% a cada 100 mil habitantes; em 2008 cerca de 36,4%; em 2009 cerca de 32,1%; em 2010 cerca de 29,4%; 2011 cerca de 25,9%; 2012 cerca de 24,9%; 2013 cerca de 27,1%; 2014 cerca de 24,5%; 2015 cerca de 22,5% e em 2016 aproximadamente 21,8%, concluindo-se assim um parâmetro muito alto da incidência de hanseníase na capital do Estado do Ceará. Nota-se que em Fortaleza, a tendência é reduzir os casos hansêmicos com o passar dos anos, sendo necessário ainda o desenvolvimento de atividades que busquem a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e tratamento, por ser essa uma importante estratégia para a redução da morbimortalidade desta doença. |