DETECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO GENE VP6 DE ROTAVÍRUS A EM QUIRÓPTEROS DO ESTADO DO PARÁ.
KAROLINE LIRA DE SOUZA^1,2, DIEGO PEREIRA ^1,2, JOSÉ WANDILSON BARBOZA DUARTE JÚNIOR^1,2, LAILA GRAZIELA DA SILVA RIBEIRO^1,2, ELAINE HELLEN NUNES CHAGAS^1,2, BRUNO DE CÁSSIO VELOSO BARROS^1,2, EUZENI MARIA DE FATIMA COSTA DE MENEZES^1,2, EDVALDO TAVARES DA PENHA JUNIOR^1,2, JOANA D'ARC PEREIRA MASCARENHAS^1,2
1. IEC - Instituto Evandro Chagas, 2. FAMAZ - Faculdade Metropolitana da Amazônia
diego-pereira20@outlook.com

Os Rotavírus (RV) são considerados um dos principais causadores de gastroenterite aguda (GA) acometendo humanos e várias espécies de mamíferos domésticos e selvagens, além das aves. Dentre as espécies de RV, destaca-se o RVA devido a sua importância epidemiológica e o seu grande impacto na saúde pública no que se refere a humanos e animais. Os RVA possuem ampla diversidade genética e circulam com maior periodicidade nos países em desenvolvimento, em consequência das condições sanitárias inadequadas, fatores de risco nutricionais e do estreito relacionamento entre os seres humanos e os animais. Os RV pertence à família Reoviridae , gênero Rotavirus . O seu genoma é formado por 11 segmentos de RNA de fita dupla (dsRNA), onde cada segmento codifica para uma única proteína, exceto  o 11º segmento que codifica duas proteína, sendo seis proteínas estruturais (VP1 a VP4, VP6 e VP7) e seis proteínas não estruturais (NSP1 a NSP6). O presente estudo tem por objetivo estudar a ocorrência de RVA em espécimes fecais de quirópteros das Mesorregiões Nordeste do estado do Pará e encontra-se aprovado sob o número de protocolo: 027/2014. Foi realizado um estudo descritivo utilizando 100 amostras fecais de quirópteros, provenientes dos municípios de Viseu e Peixe Boi, coletadas no período de 2014 a setembro de 2016. Vale ressaltar que os espécimes fecais foram processados em laboratório Nivel de Biossegurança 3 (NB3). Foram preparadas suspensões fecais a 10% em tampão Tris-Ca++ 0,01M pH 7,2, seguido da extração do ácido nucléico viral e submetidas à Reação em Cadeia da Polimerase precedida de Transcrição Reversa (RT-PCR), com o uso de primers específicos para VP6, seguidos de sequenciamento para caracterização gênica. De um total de 100 amostras estudadas, se obteve positividade de 1% (1/100) para o gene VP6 de RVA, sendo tal amostra oriunda do município de Viseu de um animal fêmea da espécie Carollia pespicillata. Após o sequenciamento nucleotídico, observou- se que a mesma agrupou no genótipo I2. Embora tenha sido observada uma baixa frequência de RVA, é importante a condução de estudos futuros visando, uma investigação mais detalhada pelo fato dos quirópteros serem reservatórios naturais de zoonoses virais. Vale ressaltar que muitas espécies de morcegos têm hábitos peridomiciliares, revoada em casas e outros edifícios, levando a frequentes contatos com humanos, reforçando seu potencial zoonotico, sendo assim um importante problema para a saúde pública humana e veterinária.