ROTAVÍRUS DO GRUPO A (RVA) EM AVES DOMÉSTICAS E SILVESTRES NO BIOMA AMAZÔNICO |
Os Rotavírus (RV) são reconhecidamente um dos agentes virais mais importantes associados à gastroenterite aguda (GA) em mamíferos e em diversas espécies aviárias. Os RV pertencem à família Reoviridae , gênero Rotavirus . O seu genoma é dividido em 11 segmentos de RNA de fita dupla (RNAfd) que codificam doze proteínas, sendo seis estruturais (VP1-VP4, VP6 e VP7) e seis não estruturais (NSP1-5/6). O presente estudo objetivou estudar a ocorrência de RVA em aves domésticas e silvestres em áreas de alterações ambientais no estado do Pará e encontra-se aprovado sob o parecer de número 021/2014. Foram utilizadas 100 amostras biológicas coletadas no período de fevereiro a abril de 2016, sendo 50 amostras de aves domésticas e 50 de aves silvestres, provenientes dos municípios de Viseu e Santa Barbára PA. Foram preparadas suspensões fecais a 10% em tampão Tris-Ca++ 0,01M pH 7,2, seguido da extração do ácido nucléico viral e submetidas a Eletroforese em Gel de Poliacrilamida (EGPA) e posteriormente à Reação em Cadeia mediada pela Polimerase precedida de Transcrição Reversa em Tempo Real (RT-qPCR), utilizando como sequência gênica alvo o segmento NSP3 de RVA, considerando o Cycle threshold (CT) de ≤40. Vale ressaltar que os procedimentos realizados nas amostras de aves domésticas foram feitos em Laboratório Nível de Biossegurança 2 (NB2) e nas de aves silvestres em Laboratório Nível de Biossegurança 3 (NB3). O percentual de detecção de RVA na população investigada foi de 10% por RT-qPCR, sendo sete amostras de aves domésticas provenientes de Viseu e três amostras de aves silvestres de Santa Barbára, apresentando os seguintes valores de CT: 36.77, 40, 38.82, 35.41, 37.48, 39.64, 39.2, 39.23, 36.9 e 36.6 respectivamente. No que se refere à EGPA, todas as amostras foram negativas. Embora não se tenha detectado RVA por EGPA, houve um percentual de detecção por RT-qPCR de 10 %, demonstrando que indiscutivelmente, a RT-qPCR é mais especifica e sensível, já que nem sempre a EGPA detecta os RVA em amostras com baixa carga viral. Os RVA foram detectados em animais domésticos e silvestres com o uso da qRT-PCR, que demonstrou ser uma técnica de grande importância para detecção de amostras com baixa carga viral. Contudo, faz-se necessário um monitoramento e controle mais abrangente quanto às infecções por RV nesses animais. |