PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS CASOS DE INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS ATENDIDOS NA XI GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
EMILY NARA ALVES DOS REIS2, POLLYANA RODRIGUES DINIZ2, MARIA EDUARDA DA SILVA DIAS2, AMANDA KARLA ALVES GOMES E SILVA2, SEVERINO JEFFERSON RIBEIRO DA SILVA2, JURANDY JÚNIOR FERRAZ DE MAGALHÃES2
1. FIOCRUZ - PE - Instituto Aggeu Magalhães - Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco, 2. UPE - Universidade de Pernambuco - Campus Serra Talhada, 3. LACEN/PE - Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral
emilynara2@gmail.com

No final de 2015, surgiam nas Américas os primeiros casos de infecção pelo vírus ZIKA (ZIKV), que ganhou atenção devido aos casos de microcefalia. Sua transmissão se dá principalmente por mosquitos do gênero Aedes , além de relações sexuais, transfusões sanguíneas entre outros. Nesse contexto, objetivou-se investigar o perfil dos casos registrados de ZIKV na XI Gerência Regional de Saúde de Pernambuco, nos anos de 2016 e 2017. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo e quantitativo, no qual os dados foram adquiridos através de consulta no Gerenciador de Ambiente laboratorial (GAL) usado pela rede de laboratórios públicos do Brasil e analisados pelo Programa Excel® 2013 para geração dos resultados. Como critério elegível, considerou-se os indivíduos residentes nos municípios pertencentes à XI GERES que apresentassem quadro clínico compatível com a infecção por ZIKV. Em 2016, foram analisados laboratorialmente 13 casos suspeitos da infecção, dentre os quais 30,7% (n=4) foram confirmados. 61,5% dos casos suspeitos eram do sexo feminino, onde 25% tiveram resultados confirmados laboratorialmente. Com relação ao sexo masculino, este representou 38,5%, onde 40% das amostras analisadas tiveram confirmação laboratorial. Entre os casos suspeitos nesse ano, 30,8% foram investigados para microcefalia, não sendo confirmada a associação desses com o ZIKV. Já em 2017, apenas um caso suspeito foi analisado laboratorialmente (indivíduo residente na cidade de Triunfo), que não teve seu resultado confirmado para a infecção. Além disso, o número de casos suspeitos na zona urbana superou os índices de casos na zona rural, tendo 75% de resultados confirmados na zona urbana em 2016. Quanto ao método diagnóstico, em todos os casos confirmados utilizou-se o MAC-ELISA, e no restante (n=9) aplicou-se o RT-PCR em tempo real. Sendo assim, evidenciou-se uma diminuição na quantidade de casos suspeitos confirmados. Tal variação pode estar associada ao desenvolvimento de políticas de prevenção contra o Zika Vírus e à ação da sociedade em busca da diminuição da propagação do vetor bem como a subnotificação desses casos, já que a infecção por Zika pode se apresentar assintomática e nem sempre os indivíduos sintomáticos procuram os serviços de saúde para um diagnóstico laboratorial. Além disso, a sazonalidade da doença e a detecção precoce de novas áreas de transmissão podem estar relacionadas à redução dos casos.



Palavras-chaves:  arbovírus, diagnóstico laboratorial, epidemiologia, Zika