Aspectos hematológicos em crianças expostas à transmissão vertical do HIV-1 em Pernambuco
JESSYCA KALYNNE FARIAS RODRIGUES1,2, DALILA BERNARDES LEANDRO1,2, DIEGO SANTANA JERÔNIMO DA SILVA 1,2, MARIA CAROLLAYNE GONÇALVES LEITE1,2, JEANNE LUCY FREITAS BASTOS1,2, SERGIO CROVELLA1,2, RONALDO CELERINO DA SILVA1,2
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2. LIKA - LABORATÓRIO DE IMUNOPATOLOGIA KEISO ASAMI
kalypersonalizado@gmail.coM

A transmissão vertical (TV) do vírus da imunodeficiência humana do tipo 1 (HIV-1) ocorre quando este é transmitido de mãe para filho durante a gestação, no parto ou através da amamentação. Crianças infectadas pelo HIV-1 podem apresentar alterações hematológicas atribuídas aos efeitos diretos e indiretos da infecção pelo HIV-1, às infecções oportunistas e à toxicidade dos agentes terapêuticos. Esse trabalho buscou avaliar aspectos hematológicos em crianças expostas à TV do HIV-1 no estado de  Pernambuco, e comparar as infectadas (EI) com as não infectadas (ENI). Trata-se de um trabalho observacional, descritivo longitudinal de coorte retrospectiva. Nesse estudo, foram analisados 47 crianças expostas ao HIV-1 sob acompanhamento no ambulatório do Hospital Dia, IMIP-PE, sendo 24 do grupo EI e 23 do grupo ENI.  Através de leitura dos prontuários médicos, foram coletados os dados dos hemogramas das crianças e posteriormente analisados de acordo com cada faixa etária. Em ambos os grupos, a idade de início de acompanhamento foi de 20 dias até 2 anos. No grupo de crianças EI, 15 (63%) apresentaram anemia, já no grupo ENI apenas 4 (17%). Em relação a série branca, no grupo de EI, foi observada 8% de leucocitose, 4% de  leucopenia, 8% de leucocitose, 25% linfopenia, 21% eosinofilia, 13% de monocitose, 4% de monocitopenia. No grupo de ENI 4% apresentaram leucopenia, 22% apresentaram eosinofilia, 4% monocitose. Em relação à série trombocítica, 17% dos EI e 48% dos ENI apresentaram plaquetose. O sistema imune da criança, ainda em desenvolvimento, reflete diferenças na patogênese da infecção pelo HIV-1 em comparação com indivíduos adultos. Crianças infectadas pelo HIV-1 por via vertical, podem apresentar alterações laboratoriais precoces e persistentes, com a contribuição de muitos fatores entre eles alterações nas células precursoras hematopoéticas, destruição das células imunológicas e impacto no microambiente na medula óssea. A anemia pode ser decorrente do efeito citopático do HIV-1 sobre os eritrócitos, à presença de anticorpos antieritrocitários, à alterações no metabolismo do ferro, levando à anemia ferropriva e à alterações decorrentes da produção de citocinas inflamatórias, levando à anemia da doença crônica. A plaquetose é atribuída ao descontrole da medula óssea após infecções, à deficiência de vitamina E ou deficiência de ferro. 
 



Palavras-chaves:  Alterações Hematológicas, HIV, Transmissão Vertical