DIVERSIDADE DE MOSQUITOS NA CAATINGA BRASILEIRA
DAVIDCAMPOSANDRADE 1,2, JOSÉ WEVERTON SANTOS DE SOUZA1,2, ROSELI LA CORTE1,2
1. UFS - Universidade Federal de Sergipe, 2. PPEC - Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 49100-000, Sergipe, Brasil. , 3. DMO - Departamento de Morfologia, Universidade Federal de Sergipe, Avenida Marechal Rondon, S/N, 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.
david.c7@hotmail.com

Informações sobre a riqueza de mosquitos na Caatinga ainda são escassos com os poucos levantamentos para a família Culicidae. Sendo assim, este estudo teve o intuito de unificar inventários existentes com o objetivo de averiguar as espécies de mosquitos adaptadas às restrições ambientais desse bioma, analisando a composição e a distribuição de espécies entre as comunidades. Reuniram-se informações de levantamentos realizados entre os anos de 2008 e 2014 em quatros estados brasileiros. Que foi o período de maior esforço amostral para esse bioma. Elas foram oriundas do banco de dados do projeto “Mosquitos da Caatinga” e de inventários disponibilizados na forma de artigos e dissertações. As áreas inventariadas foram: Estação Ecológica Raso da Catarina (EERC) na Bahia, Monumento Natural Grota do Angico (MNGA) em Sergipe; Norte de Minas Gerais (NMG); Estação Ecológica de Seridó (EES), Floresta Nacional do Açu (FNA) e área particular Sítio Areias (SA), ambas no RN. As técnicas de coletas empregadas incluíram coletas de ovos, larvas e adultos. Foi utilizado o particionamento da β diversidade e os seus índices de substituição (β SIM ) e/ou aninhamento (β SNE ) para verificar a dissimilaridade entre as comunidades. Registrou-se 81 espécies, pertencentes a 14 gêneros, sendo 15 delas novas. Aproximadamente 35% são vetores. A maior riqueza encontrada foi em NMG (S = 49) e MNGA (S = 30). As demais áreas apresentaram menores riquezas, sendo 26 para EERC, 17 em FNA e 11 na EES. Sendo 35 espécies compartilhadas e 46 exclusivas. As áreas onde ocorreu o maior número de espécies exclusivas foram o NMG com 30%, seguido por MNGA e EERC com 11%. As comunidades demonstraram altas taxas de variação (β SOR =0.79), o mecanismo de substituição foi o principal responsável por esse padrão (β SIM = 0.65 , β SNE = 0.13) . A substituição responde às mudanças nas comunidades em decorrência da existência de nichos vagos e da capacidade das espécies em colonizá-los. Tal resultado pode estar relacionado à ampla heterogeneidade ambiental do Bioma e as interações ecológicas de espécies com os criadouros. Este trabalho foi pioneiro ao lidar com diferentes escalas de diversidade na Caatinga. Isso mostra a necessidade de conhecer mais profundamente as novas espécies, as adaptações evolutivas desenvolvidas para viver em um ambiente de alto déficit hídrico, como também, sobre a circulação dos agentes etiológicos, já que muitas das espécies bem distribuídas são de interesse médico.



Palavras-chaves:  Beta Diversidade, Culicidae, Semiárido