AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA LEISHMANIOSE MUCOSA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM MANAUS, AMAZONAS
FLÁVIO RENAN PAULA DA COSTA 1, TAINÁ AFONSO DE ALMEIDA1, ALINE COSTA MACEDO MENEZES EVANGELISTA1, GYORLAN ALFAIA DE SOUZA1, ANA PAULA RODRIGUES NASCIMENTO1, SAMIRA PAREDES SAMPAIO BARRETO1, MARIA DAS GRAÇAS VALE BARBOSA GUERRA1, JORGE AUGUSTO DE OLIVEIRA GUERRA1
1. UEA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, 2. FMT-HVD - FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DOUTOR HEITOR VIEIRA DOURADO
FLAVIORENAN01@HOTMAIL.COM

A leishmaniose tegumentar americana (LTA), pode clinicamente se manifestar principalmente sob as formas de Leishmaniose Cutânea (LC), e Leishmaniose Mucosa (LM). A LC pode evoluir para LM, e dentre os fatores de risco estão, lesões acima da cintura pélvica, grandes lesões ulceradas e história de LTA anterior inadequadamente tratada e tempo de evolução das lesões cutâneas.  Esse trabalho propôs observar em pacientes com LC, possíveis fatores de risco para LM. Trata-se de um estudo prospectivo, realizado no ambulatório de leishmaniose da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado-FMT-HVD, no período de agosto de 2017 a junho de 2018. Os pacientes com LC foram submetidos a uma avaliação clínica completa, identificação pessoal, antecedentes pessoais e familiares; todos foram submetidos a exame das cavidades oral e nasal, e quando necessário, seriam realizados exames de videoendoscopia nasal e videolaringoscopia, para avaliação quanto à presença de lesões sugestivas ou não de LM. Foram inseridos 95 pacientes, 66 (69,4%) são homens; a faixa etária entre 31-40 anos, média de 36 anos; 81 (85,2%) dos pacientes são economicamente ativos; 92 (96,8%) adquiriram a LC em diferentes localidades do estado do Amazonas, todos procedentes de área rural sendo 3 (3,1%) de fora do estado; 42 (44%) pacientes residem no local provável da infecção e a agricultura foi a atividade mais referida por 28 (29,4%) pacientes. Em 38 (40%) pacientes foram observados alguns fatores tais como: 16 (16,8%) apresentaram lesões acima da cintura pélvica, 13 (13,6%) lesões na cabeça, 7 (7,3%) tempo de evolução prolongado das lesões cutâneas, 4 (4,2%) úlceras cutâneas de grande tamanho e 4 (4,2%) LC anteriormente. Não foram observadas lesões na cavidade nasal e bucal que fossem sugestivas de LM. Embora os achados possam ser indicativos de fatores de risco para o desenvolvimento de LM no futuro, o que tem sido mais observado, é que a média de tempo entre a ocorrência entre LC e LM é alta. Um estudo realizado no Amazonas, registrou que o tempo médio para evolução foi de 16 anos, e isso dificulta uma avaliação prospectiva. Assim considerando que a LM é um problema de saúde que causa doença estigmatizante, é importante rastrear em pacientes com LC, fatores que possam ser indicativos de evolução para infecção mucosa e nessas situações orientar as pessoas envolvidas.



Palavras-chaves:  LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA, AMAZÔNIA, FATORES DE RISCO