AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE EX VIVO DE ANTIMALÁRICOS TESTADOS CONTRA CEPAS DE PLASMODIUM VIVAX CIRCULANTES EM PORTO VELHO - RONDÔNIA
GEOVANI COTA SOUSA 1, DANIEL SOL SOL DE MEDEIROS1, MARCINETE LATORRE ALMEIDA1, ANA PAULA AZEVEDO SANTOS1, RWAN RODRIGO MENDONÇA DE OLIVEIRA COSTA1, MAURO SHUGIRO TADA1, JOANA D'ARC NEVES COSTA1, ANNA CAROLINE CAMPOS AGUIAR1, DHELIO BATISTA PEREIRA1, CAROLINA BIONI GARCIA TELES1
1. PBML - Plataforma de Bioensaios em Malária e Leishmaniose-Fiocruz RO, 2. UNIR - Universidade Federal de Rondônia, 3. EPIAMO - Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia Ocidental, 4. CEPEM/ SESAU - Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia, 5. USP - Universidade de São Paulo
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Plasmodium spp. são os protozoários causadores da malária. Seu ciclo de vida está dividido entre mosquitos e vertebrados. Cinco parasitos são capazes de causar a doença em humanos, sendo o Plasmodium vivax a espécie com maior predomínio na região Amazônica. Neste estudo foi realizada a avaliação da sensibilidade de P. vivax proveniente de pacientes atendidos no Centro de Pesquisa em Medicina Tropical no período de julho de 2017 a janeiro de 2018. A avaliação foi realizada através do ensaio de inibição de maturação de esquizontes observando lâminas em microscopia óptica. O experimento consistiu em um prévio isolamento das formas sanguíneas do parasito dos demais componentes sanguíneos, através de uma centrifugação, retirando o plasma e, lavando-as com meio McCoy. Após a lavagem, o sangue foi submetido a uma coluna de celulose (CF11) para retirada dos leucócitos. Para o cultivo o hematócrito foi ajustado em 5% com meio McCoy suplementado com plasma compatível da amostra coletada, e cultivado com diferentes concentrações dos fármacos cloroquina (CQ) 1000-0,24 nM, mefloquina (MEF) 1000-0,24 nM e dihidroartemisinina (DHI) 500-0,12 nM. Após um intervalo de incubação (24-48h) foi feita uma gota espessa do controle (positivo/não tratado), avaliando a maturação de no mínimo 24% de esquizontes contados em 200 formas de parasitos. Após a maturação dos esquizontes, foram realizadas as lâminas do controle e das hemácias parasitadas tratadas. Neste estudo, participaram 38 pacientes (74% homens) e desses, 16 isolados de P. vivax foram bem sucedidos em cultivo. A idade dos participantes variou de 18-57 anos (mediana de 38) com 84% reportando moradia fixa no município de Porto Velho, RO. 42% dos participantes mencionaram que o provável local de infecção foi em áreas rurais e urbanas de RO. A ocorrência de episódios anteriores de malária foi reportada em 79% dos casos. Quanto aos valores de concentração inibitória para 50% da população de esquizontes (IC 50 ), foram observadas as medianas: para CQ = 16,55 nM (≤0,24 a 163), MEF = 24,8 nM (≤0,24 a 151) e para DHI 1,56 nM (≤0,24 a 6,2). Foi estimado valor acima de 100 nM para 04 isolados: amostra 01 com CQ e MEF ˃ 150 nM; amostra 02 com CQ ˃ 160 nM (sem diagnóstico prévio de malária); amostra 3 e 4 com MEF ˃ 125 nM.  Os dados prévios desse estudo sugerem que as cepas circulantes de P. vivax em Porto Velho são sensíveis aos medicamentos convencionais testados.



Palavras-chaves:  Antimaláricos, Porto Velho, P. vivax