PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CHIKUNGUNYA EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE FORTALEZA NO ANO DE 2017
TINO MIRO AURÉLIO MARQUES2, FRANCISCA LILLYAN CHRISTYAN NUNES BESERRA 2, ISADORA MARIA PRACIANO LOPES2, DAVID MENDES DE MELO2, LUCAS FERNANDES FERREIRA2, JANETE ROMÃO DOS SANTOS2, JULIANA MANDATO FERRAGUT2, EVELYNE SANTANA GIRÃO2, GUSTAVO MESQUITA DE OLIVEIRA2, ROBERTO DA JUSTA PIRES NETO2
1. HSJ - Hospital São José de Doenças Infecciosas, 2. FAMED- UFC - Faculdade de Medicina- Universidade Federal do Ceará, 3. HSC - Hospital São Carlos, 4. HRU - Hospital Regional Unimed Fortaleza
lillyanchristyan1412@gmail.com

INTRODUÇÃO: A chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus CHIKV e transmitida pelo Aedes aegypti e Aedes albopictus que pode cursar com manifestações atípicas e graves, potencialmente fatais, como encefalite, miocardite e insuficiência renal aguda. Segundo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2017, foram registrados 185.854 casos suspeitos de febre de chikungunya no Brasil. OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por chikungunya em hospitais terciários, em Fortaleza no ano de 2017. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo que analisou, por meio da revisão de prontuários, todos os pacientes com sorologia IgM positiva para chikungunya que evoluíram para óbito, em 2017, em três hospitais terciários de Fortaleza-CE. RESULTADOS: Foram analisados 22 óbitos por chikungunya. Do total, 11(50%) pacientes eram do sexo feminino. A média de idade foi de 82,63 anos e o desvio padrão foi de 11,01. Além disso, 20(90,9%) pacientes tinham idade superior a 70 anos e a menor e a maior idades foram 53 e 106 anos, respectivamente. Com relação à procedência, 9 (40,9%) pacientes eram de Fortaleza. No tocante a comorbidades, 21(95,4%) pacientes possuíam doenças prévias à internação, dos quais 16(72,7%) apresentavam doenças cardiovasculares, 4(18,1%) história de neoplasias, 4(18,1%) doença renal crônica e 4(18,1%) transtornos psiquiátricos. O tempo médio de internação foi de 32 dias, entretanto 17(77,2%) pacientes foram para a UTI e o tempo médio de permanência foi de 24,1 dias. Em relação às intercorrências, 18(81,8%) pacientes evoluíram com complicações, dos quais 10(45,4%) apresentaram encefalite. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico dos pacientes estudados revelou que a maioria dos óbitos ocorreu em idosos com comorbidades importantes, principalmente cardiovasculares. Muitos pacientes evoluíram desfavoravelmente com manifestações graves e formas atípicas da chikungunya, sendo mais relatada a encefalite, e necessitaram de terapia intensiva.



Palavras-chaves:  CHIKUNGUNYA, ÓBITOS, EPIDEMIOLOGIA, IDOSOS, COMORBIDADES