ÓBITO POR LEISHMANIOSE VISCERAL GRAVE EM PACIENTE JOVEM IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO
GUSTAVO MESQUITA DE OLIVEIRA2, FRANCISCA LILLYAN CHRISTYAN NUNES BESERRA 2, PEDRO DE LIMA MENEZES2, LUCAS DE MENEZES GALVÃO2, VINÍCIUS CALVÁRIO ALVARES PINHEIRO2, JOANA D'ARC ROCHA DAMASCENO2, ANDERSON ABNER DE SOUZA LEITE2, TINO MIRO AURÉLIO MARQUES2, JANETE ROMÃO DOS SANTOS2, ROBERTO DA JUSTA PIRES NETO2
1. HSJ - Hospital São José de Doenças Infecciosas, 2. FAMED- UFC - Faculdade de Medicina- Universidade Federal do Ceará
lillyanchristyan1412@gmail.com

INTRODUÇÃO : A leishmaniose visceral americana (LVA) é uma enfermidade zoonótica transmitida por dípteros da subfamília Phlebotominae , cujo agente etiológico é o protozoário da espécie Leishmania infantum . Na sua forma clássica, os pacientes cursam com febre, hetapoesplenomegalia, perda de peso e distensão abdominal. A presença de icterícia, edema e insuficiência renal aguda denotam gravidade. RELATO DO CASO : Paciente do sexo feminino, 21 anos, previamente hígida, procedente de Boa Viagem-CE, apresentou-se ao Hospital São José de Doenças Infecciosas em maio de 2018 com história de febre diária, icterícia, vômitos, distensão e dor abdominal há 1 mês. A paciente havia sido encaminhada com hipótese de LVA com ultrassonografia evidenciando hepatoesplenomegalia. Foram solicitados exames e, após achado de pancitopenia e sorologia k-39 positiva, foi solicitado internação. A sorologia para HIV foi negativa . Paciente evoluiu nos primeiros dias sem febre, mas manteve icterícia, palidez, náuseas, empachamento e abdome distendido e doloroso difusamente, principalmente em andar superior. A partir do 3º dia de internação evoluiu com tosse seca, tontura, dispneia e vômitos. No 5º dia realizou aspirado de medula óssea que foi positivo na pesquisa de leishmanias, sendo iniciado anfotericina b lipossomal. No 7º dia a paciente apresentou desconforto respiratório e anemia importante necessitando de transfusão. Seguiu no 10º dia com retorno da febre e quadro de pneumonia com insuficiência respiratória, com raio-x evidenciando velamento em base esquerda e direita e ausculta pulmonar com crepitações bilaterais, sendo iniciado piperacilina/tazobactam. Ao 11º dia a paciente evoluiu com piora da insuficiência respiratória, sendo indicada intubação orotraqueal e início de meropenem e teicoplanina. Teve episódio de atividade elétrica sem pulso sendo feitos 2 ciclos de reanimação cardiorrespiratória. Paciente ficou hipotensa a despeito do uso de drogas vasoativas e evoluiu com sepse e insuficiência renal aguda. Devido à instabilidade hemodinâmica não foi possível realizar hemodiálise e a paciente permaneceu em sedoanalsegia com midazolan e fentanil, vindo a óbito no 15º quinto dia de internação. CONCLUSÃO : A evolução atípica em paciente jovem imunocompetente demonstra a diversidade clínica através do qual a LVA pode se apresentar, demonstrando importância do diagnóstico precoce e reconhecimento de sinais de gravidade para evitar desfechos desfavoráveis.



Palavras-chaves:  LEISHAMNIOSE VISCERAL, ÓBITO, IMUNOCOMPETENTE, PNEUMONIA, INSUFICIÊNCIA RENAL