ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO CEARÁ DURANTE 2017 E 2018
FRANCISCA LILLYAN CHRISTYAN NUNES BESERRA BESERRA 2, ISADORA MARIA PRACIANO LOPES2, VINÍCIUS CALVÁRIO ALVARES PINHEIRO2, GERARDO ALBINO NOGUEIRA FILHO2, TINO MIRO AURÉLIO MARQUES2, PEDRO DE LIMA MENEZES2, LUCAS DE MENEZES GALVÃO2, MADALENA ISABEL COELHO BARROSO2, LILIAN MACAMBIRA PINTO2, ROBERTO DA JUSTA PIRES NETO2
1. HSJ - Hospital São José de Doenças Infecciosas , 2. FAMED- UFC - Faculdade de Medicina- Universidade Federal do Ceará
lillyanchristyan1412@gmail.com

INTRODUÇÃO: Leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por dípteros do gênero Lutzomyia, sendo Leishmania chagasi e Lutzomyia longipalpis os mais prevalentes no Ceará. A doença é considerada endêmica neste estado. Pessoas de qualquer faixa etária e sexo podem ser acometidas, mas crianças de 1 a 4 anos e indivíduos do sexo masculino costumam ser mais afetados.   OBJETIVO: Analisar perfil clínico e epidemiológico de pacientes com LV internados em hospital de referência no estado do Ceará. METODOLOGIA: Foi feito um estudo descritivo de dados coletados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de casos hospitalizados e notificados em hospital de referência no Ceará, de janeiro de 2017 a junho de 2018. RESULTADOS: Foram identificados 236 casos notificados, sendo 158 em 2017 e 78 em 2018. A média de idade dos pacientes foi 34,7 anos, com desvio padrão de 20,06, sendo a maior idade de 88 anos e a menor de 10 meses. Do total de casos 181(76,7%) eram do sexo masculino e 55(23,3%) do sexo feminino. Foi observado coinfecção com o vírus HIV em 59(25%) pacientes. Na classificação final 187(79,2%) foram confirmados, sendo 175(93,6%) por critério laboratorial e 12(6,4%) por critério clínico-epidemiológico. A droga mais usada para tratamento inicial foi anfotericina b lipossomal, em 121(51,2%) pacientes, seguida de antimonial pentavalente em 53(22,4%) e anfotericina b desoxicolato em 8(3,3%). Para 54 pacientes não havia informações sobre tratamento inicial. Das manifestações clínicas, as mais observadas foram febre em 192(81,3%) pacientes, perda de peso em 131(55,5%), tosse em 97(41,1%), esplenomegalia em 134(56,8%), fenômeno hemorrágico em 17(7,2%), hepatomegalia em 121(51,3%) e icterícia em 22(9,3%). Com relação aos desfechos, 166(70,3%) evoluíram para cura e 26 foram a óbito, sendo 15(57,7%) em 2017 e 11(42,3%) em 2018, sendo 20(8,5%) por LV e 6(2,5%) por outras causas. Ainda nos desfechos, 18 pacientes foram transferidos e 23 estavam sem informações. Observou-se ainda que dos óbitos, 17(65,4%) iniciaram tratamento com anfotericina B lipossomal. CONCLUSÃO : Percebe-se o caráter endêmico que a doença tem no estado, bem como a letalidade importante associada. A doença possui amplo acometimento de faixas etárias, incluindo crianças, adultos jovens e idosos. Nota-se ainda que a coinfecção com HIV está presente em parte expressiva dos casos, determinando geralmente um pior prognóstico.



Palavras-chaves:  LEISHAMNIOSE VISCERAL, EPIDEMIOLOGIA, CLÍNICA, ENDÊMICA, CEARÁ