ANÁLISE DO EFEITO ANTIFÚNGICO DO EXTRATO PROTEICO COM ATIVIDADE LECTÍNICA OBTIDO DE SEMENTES DE Sesbania virgata SOBRE Aspergillus flavus E Penicillium citrinum
GIULIAN CÉSAR DA SILVA SÁ1,2, LEIDIANE BARBOZA DA SILVA1,2, MELISSA FARIAS ALVES DA SILVA1,2, MATHEUS AUGUSTUS TEIXEIRA SILVA1,2, DANIELE DE FIGUEREDO SILVA1,2, TATIANE SANTI GADELHA1,2, EDELTRUDES DE OLIVEIRA LIMA1,2, ADRIANA FERREIRA UCHÔA1,2, CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA GADELHA1,2
1. IMT-RN - Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte, 2. UFRN - Universidade federal do Rio Grande do Norte, 3. UFPB - Universidade federal da Paraíba
leidiane.barboza2@gmail.com

Sesbania virgata é uma leguminosa popularmente conhecida por acácia negra, saranzinho, mãe-josé e feijãozinho, nativa da parte sul do continente americano, mas que adapta-se facilmente à região Nordeste do Brasil. Reconhecendo que a contaminação e a deterioração de alimentos por fungos são muito comuns e que estudos sobre o potencial biotecnológico da biodiversidade vegetal vêm crescendo progressivamente, objetivou-se investigar o efeito antifúngico do extrato proteico com atividade lectínica (EPAL) contra Aspergillus flavus (LM-714 e LM-247) e Penicillium citrinum (LM-9 e LM-60). A farinha das sementes de S. virgata (1:15, p/v) foi tomada para obtenção do extrato aquoso em tampão Glicina-NaOH (0,1 mol.L-1; pH 9,0) enriquecido com NaCl 0,15 mol.L-1. Após 22 horas de homogeneização a 35 °C, o extrato foi centrifugado (10000 x g, 30 min, 4 °C) e o sobrenadante recolhido (denominado EPAL) para determinar o teor de proteínas solúveis, a atividade lectínica – conforme procedimento sugerido e aprovado pelo CEUA/UFPB (nº178/2015) – e seu efeito antifúngico. Os fungos foram adquiridos na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ) e no Laboratório de Micologia e Microbiologia (DCF/UFPB). Os ensaios foram realizados em meio líquido RPMI 1640 e a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do EPAL (10 mg de EPAL:1 mL de tampão) foi realizada por microdiluição (1024 μg/mL – 32 μg/mL) em placas de 96 poços com fundo em “U”, adicionado à uma suspensão de fungos (105 UFC/mL) preparada conforme o tubo 0,5 da Escala McFarland, e incubada a 28-30 °C por 24-72 horas. Para o controle da atividade fúngica, foi utilizado fluconazol (50 µg/mL). O teor de proteínas solúveis presente em EPAL foi de 7,13 mgP/mL e 106,96 mgP/mgF e a atividade lectínica foi expressa por 32 UH/mgP-1, com 480 UH/gF e 273,61 UH/mgP. Por se ter registros de uma proteína antifúngica isolada (50 kDa) de sementes de S. virgata , acredita-se que as lectinas presentes no EPAL são as responsáveis por inibir o crescimento fúngico (CIM 1024 µg/mL) dos microrganismos testados, o que representou uma moderada atividade. Isso sugere, após implementação de estudos sobre sua toxicidade humana e ambiental, a possibilidade do desenvolvimento de fármacos tópicos antifúngicos ou fungicidas naturais na agricultura com base no EPAL, podendo vir a reduzir os danos causados pelos fungicidas comumente usados.



Palavras-chaves:  Efeito Antifúngico, Extrato Proteico, Lectinas