CARACTERIZAÇÃO E TENDÊNCIA TEMPORAL DA COINFECÇÃO TB/HIV NO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2007 A 2016
SYBELLE DE SOUZA CASTRO ¹, LÚCIA MARINA SCATENA¹, ALMIR MIRANZI NETO¹, ALFREDO MIRANZI¹, ALTACÍLIO APARECIDO NUNES¹
1. UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro, 2. UNIFAN - Faculdade Alfredo Nasser, 3. UNIUBE - Universidade de Uberaba, 4. FMRP/USP - Universidade de São Paulo
sybelle@mednet.com.br

Introdução : Segundo a Organização Mundial de Saúde das 10,4 milhões de pessoas com tuberculose em 2016, 90% eram adultos, 65% homens e 10% pessoas vivendo com HIV/Aids. Sabe-se que uma dos principais fatores que dificultam a eliminação da TB foi o surgimento da epidemia de HIV/Aids, pois indivíduos soropositivos são mais propensos a desenvolver TB ao longo da vida. Objetivo: Caracterizar os casos de tuberculose (TB) coinfectados com HIV no estado de Minas Gerais-Brasil. Desenho do estud o: ecológico e de série temporal. Métodos: Estudo com casos de TB/HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2007 e 2016, no estado de Minas Gerais. Realizou-se análise estatística descritiva e análise de tendência temporal com polinômio de 3º grau e média móvel centrada em 3 pontos. Resultados: No período foram notificados no estado de Minas Gerais 47.605 casos de tuberculose, sendo 10,07% coinfectados com HIV/Aids. A média de casos por ano foi de 479 (±37,77). A maioria ocorreu no sexo masculino 73,52%, entre 30 e 49 anos (64,83%), pardos (34,78%) e eram gestantes apenas 0,31% dos casos. Foram notificados como casos novos 74,90%, 71,35% tiveram raio X de tórax sugestivo de TB e 34,61% baciloscopia positiva. Tinham TB pulmonar 57,33% e extra pulmonar 27,56%. Como desfecho obtiveram cura 41,46% e abandonaram o tratamento 19,84%, foram a óbito por TB 4,87%.  A Aids predominou como agravo associado para 94,49% dos casos, seguido de alcoolismo 26,79%. Houve tendência de declínio das taxas de incidência de TB/HIV no período ( y=-0,012(x-2011,5) ³ +0,010(x-2011,5) ² +0,102(x-2011,5)+2,287, R ² = 0,96%, p<0,05). Discussão:   A taxa de cura da coinfecção TB/HIV ainda é baixa no estado de Minas Gerais e alta a de abandono de tratamento o que pode comprometer a meta do Plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública até 2035 seja alcançada no estado de Minas Gerais. A proporção considerável de alcoolismo pode influenciar nesses indicadores, pois dificulta a adesão ao tratamento. Apesar desse contexto houve tendência de declínio da incidência.   Conclusão: A vigilância epidemiológica, o diagnóstico precoce, a assistência e prevenção devem ser otimizados no estado de Minas Gerais para que a meta pelo fim da tuberculose seja alcançada.