AS FRAGILIDADES NA ORIENTAÇÃO E CUIDADO DE ENFERMAGEM FRENTE AO PORTADOR DE HANSENÍASE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA |
Os cuidados de enfermagem frente a hanseníase que é uma doença milenar, infecto-contagiosa, e cercada de estigmas históricos, precisam está particularmente associados à educação em saúde no que se refere a obter uma participação consciente e constante do paciente no programa de tratamento. Entretanto essa medida ainda precisa se desenhar como essencial, a partir da capacitação profissional e de equipe de saúde, de modo a consolidar e priorizar essa postura, a fim de diminuir a fragilidade percebida na orientação e cuidado de enfermagem frente ao portador de hanseníase. Esse trabalho objetiva demonstrar essa fragilidade no cuidado de enfermagem frente ao acompanhamento do paciente de hanseníase. Trata-se de um estudo descritivo, transversal do tipo Relato de Experiência, fruto de coleta de dados realizada a partir de uma visita técnica a um Centro de Referência para tratamento de doenças infectocontagiosas no agreste de Pernambuco. O caso foi sondado em maio de 2018 a partir de um instrumento que contemplava questões acerca da história da doença e dos cuidados prestados pela equipe de enfermagem. O paciente analisado, J.S, 44 anos, possuía diagnóstico de hanseníase virchowiana, em tratamento poliquimioterápico há 18 meses e visitando o centro de referência para receber orientações e cuidados mais de duas vezes ao mês. O papel da enfermagem frente a J.S deveria transcender atos básicos da consulta, como supervisionamento da administração dos medicamentos e a análise das manchas, mas o processo de confiança e compromisso com o usuário, se mostrou fragilizado, evidenciando-se em relatos de J.S “eu nunca paro de vim aqui não, eu parei uma vez porque a enfermeira daqui ela entrou de férias, e não avisou, aí não me deixavam pegar o remédio, a gente tinha que telefonar pra ela, mas depois eu consegui”. Outra debilidade percebida a ser pontuada diz respeito a orientação sobre transmissão da doença, mesmo convivendo com o diagnóstico há anos, J.S demonstrou não ter conhecimento nenhum sobre esse aspecto, quando durante a entrevista pediu que esclarecêssemos se ele ainda poderia “adoecer” os seus parentes. É fundamental compreender que essa fragilidade pode ser sanada quando o enfermeiro encara como seu papel a rotina de estar sempre incentivando as pessoas acometidas por hanseníase, estabelecendo e fortalecendo um vínculo que possibilite a prestação de apoio, o esclarecimento da doença, e uma motivação que co-responsabilize o paciente desde o diagnóstico. |