AS FRAGILIDADES NA ORIENTAÇÃO E CUIDADO DE ENFERMAGEM FRENTE AO PORTADOR DE HANSENÍASE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DANIELA BARBOSA DE LIMA NASCIMENTO 1, RAYSSA GYSELE TEIXEIRA DA SILVA1, REBECA LARISSA NEPOMUCENO TORRES1, SABRYNA KELLY BEZERRA DA SILVA ARAÚJO1, GIVANILSON DA SILVA COSTA1, ELINE FERREIRA MENDONÇA1
1. ASCES-UNITA - Centro Universitário Tabosa de Almeida
2017106137@APP.ASCES.EDU.BR

Os cuidados de enfermagem frente a hanseníase que é uma doença milenar, infecto-contagiosa, e cercada de estigmas históricos, precisam está particularmente associados à educação em saúde no que se refere a obter uma participação consciente e constante do paciente no programa de tratamento. Entretanto essa medida ainda precisa se desenhar como essencial, a partir da capacitação profissional e de equipe de saúde, de modo a consolidar e priorizar essa postura, a fim de diminuir a fragilidade percebida na orientação e cuidado de enfermagem frente ao portador de hanseníase. Esse trabalho objetiva demonstrar essa fragilidade no cuidado de enfermagem frente ao acompanhamento do paciente de hanseníase. Trata-se de um estudo descritivo, transversal do tipo Relato de Experiência, fruto de coleta de dados realizada a partir de uma visita técnica a um Centro de Referência para tratamento de doenças infectocontagiosas no agreste de Pernambuco. O caso foi sondado em maio de 2018 a partir de um instrumento que contemplava questões acerca da história da doença e dos cuidados prestados pela equipe de enfermagem. O paciente analisado, J.S, 44 anos, possuía diagnóstico de hanseníase virchowiana, em tratamento poliquimioterápico há 18 meses e visitando o centro de referência para receber orientações e cuidados mais de duas vezes ao mês. O papel da enfermagem frente a J.S deveria transcender atos básicos da consulta, como supervisionamento da administração dos medicamentos e a análise das manchas, mas o processo de confiança e compromisso com o usuário, se mostrou fragilizado, evidenciando-se em relatos de J.S “eu nunca paro de vim aqui não, eu parei uma vez porque a enfermeira daqui ela entrou de férias, e não avisou, aí não me deixavam pegar o remédio, a gente tinha que telefonar pra ela, mas depois eu consegui”. Outra debilidade percebida a ser pontuada diz respeito a orientação sobre transmissão da doença, mesmo convivendo com o diagnóstico há anos, J.S demonstrou não ter conhecimento nenhum sobre esse aspecto, quando durante a entrevista pediu que esclarecêssemos se ele ainda poderia “adoecer” os seus parentes. É fundamental compreender que essa fragilidade pode ser sanada quando o enfermeiro encara como seu papel a rotina de estar sempre incentivando as pessoas acometidas por hanseníase, estabelecendo e fortalecendo um vínculo que possibilite a prestação de apoio, o esclarecimento da doença, e uma motivação que co-responsabilize o paciente desde o diagnóstico.



Palavras-chaves:  Assistência Ambulatorial, Cuidados de Enfermagem, Hanseníase