AVALIAÇÃO DA VACINAÇÃO PARA HEPATITE B E OCORRÊNCIA ACIDENTE POR PERFUROCORTANTE EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO IMIP-RECIFE/PE |
O inadequado estado vacinal dos profissionais da área da saúde constitui-se em sério problema de saúde pública. No país, as coberturas vacinais específicas para este grupo estão muito aquém das mínimas necessárias ao controle das doenças evitáveis por imunizantes. Além disso, dados sobre acidentes de trabalho com material biológico mostram que os profissionais de enfermagem são os mais expostos devido ao seu contato direto com os pacientes e o maior período de tempo no cuidado assistencial. Assim, foi realizado um estudo de corte transversal objetivando-se avaliar a cobertura vacinal para hepatite B e a ocorrência de acidente ocupacional por perfurocortante em profissionais de enfermagem do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP, Recife-PE. Para isso, foi aplicado questionário semiestruturado aos profissionais do setor de transplantes do referido hospital. O estudo foi previamente aprovado por comitê de ética em pesquisa e todos os avaliados assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Foram avaliados 88 profissionais, sendo destes, 74% (65) técnicos, 26% (23) enfermeiros, 16% (14) homens, 82% (72) mulheres; com média de idade igual a 35 anos. Desta população, 90,91% (80) afirmaram estar vacinados contra hepatite B, contudo apenas 40,91%(36) afirmaram ter tomado as 3 doses da vacina, e 28,41% (25) afirmou não saber ou não lembrar quantas doses havia tomado. Dos que afirmaram não terem sido vacinados, 6,82% (6) relatou não ter tido indicação, 11,36% (10) relatou esquecimento, e 3,41% (3) outros motivos. Acerca da dosagem para Anti-HBS, 30,68% (27) afirmou não ter realizado o exame e 13,64% (12) afirmou não saber ou não lembrar. Com relação a acidentes com perfurocortantes, 26 dos profissionais afirmaram já ter sofrido algum acidente, 14 com agulha acoplada a seringa, 7 com bisturi, 3 com escalpe, 1 com lamina de vidro e 4 com outros materiais. Além disso, 17 afirmaram ter tido exposição à material biológico durante o acidente,18 afirmaram ter sido orientado a receber acompanhamento ambulatorial após o acidente, mas apenas 9 completou todo o acompanhamento ambulatorial. Com esses dados, é possível observar que a conscientização e orientações aos profissionais de enfermagem acerca da imunoprofilaxia para hepatite B e de acidentes de trabalho com perfurocortantes, são medidas sempre necessárias que possibilitariam uma maior segurança à saúde destes profissionais e melhoria na qualidade de vida dos mesmos. |