ESTUDO DOS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM KLEBISIELLA PNEUMONIAE RESISTENTE A POLIMIXINA ISOLADAS DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE DOURADOS-MS.
LETICIA SPANIVELLO BARBOSA 1, KESIA ESTHER DA SILVA 1, CAROLINE PAES SANTOS1, GLEYCE HELLEN DE ALMEIDA DE SOUZA1, SIMONE SIMIONATTO1
1. UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, 2. LPCS - Laboratório de Pesquisa em Ciências da Saúde
leticiaspanivellobarbosa@gmail.com

Introdução: Com o aumento da resistência a carbapenêmicos as polimixinas tornaram-se os antibióticos de última escolha utilizados na clínica médica. Entretanto, a eminência de surtos de infecção hospitalar causados por enterobactérias resistentes a polimixina é um problema global. Objetivo: O objetivo foi à caracterização dos mecanismos de resistência de cepas de Klebisiella pneumoniae resistentes a polimixina. Desenho do estudo: Foi realizado um estudo retrospectivo, por um período de 12 meses. Pacientes infectados/colonizados com K. pneumoniae foram incluídos no estudo, os dados e amostras clínicas foram coletados. Métodos: As cepas bacterianas foram isoladas de agosto/2015 a agosto/2016 e identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® (BD). O perfil de susceptibilidade antimicrobiana foi determinado através da técnica de microdiluição em caldo Mueller Hilton para os antibióticos ampicilina, aztreonam, ceftadizima, cefotaxima, clorafenicol, gentamicina, imipenem, meropenem, ertapenem e polimixina B. A detecção de genes de resistência foi realizada pela técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), seguido do sequenciamento do produto amplificado.  Alterações nos genes que codificam as proteínas da membrana externa (OmpK35 e OmpK36) foram analisadas por PCR e sequenciamento de DNA, assim como SDS-PAGE. Resultados: Durante o período do estudo foram isoladas 30 cepas de K. pneumoniae resistentes a polimixina , sendo que 60% foram provenientes de pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Todas as cepas foram resistentes aos antibióticos testados e 66,6 % eram provenientes de aspirado traqueal. O gene bla KPC-2 foi detectado em todas as cepas, os genes  bla SHV e bla TEM foram detectados em 90% e 86%, respectivamente. Alterações de proteínas da membrana externa foram identificadas em 13%, incluindo a presença de um elemento de inserção no gene OmpK36. Discussão: O gene bla MCR-1 não foi detectado, indicando que possivelmente estas cepas possuem um novo mecanismo de resistência a polimixina ainda desconhecido, o qual poderá ser elucidado mediante o sequenciamento completo do genoma. Conclusão: Os resultados indicam um elevado número de cepas de K. pneumoniae resistentes a polimixina circulantes neste hospital. O sequenciamento do genoma destas cepas está sendo realizado, buscando elucidar os mecanismos de resistência à polimixina nestas cepas.



Palavras-chaves:  infecção hospitalar, polimixina, resistência bacteriana