PERFIL DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DE ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL, 2012 - 2016
BEATRIZ MARIA DE ALMEIDA BRAZ¹, LAYSA LINDAURA LAU ROCHA CORDEIRO¹, NANCY BORGES RODRIGUES VASCONCELOS¹, FLAVIANA SANTOS WANDERLEY ¹
1. UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2. SMS/LAGOA DA CANOA - Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa da Canoa, 3. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 4. UFAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
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Os acidentes por animais peçonhentos são frequentemente relatados na literatura e estão incluídos na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública (Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016). Acidentes por serpentes, escorpiões e aranhas envolvendo humanos são comumente notificados no Brasil, podendo gerar desde a incapacidade médica e social a casos de óbito. Assim, este estudo buscou identificar e analisar os casos de acidentes provocados por animais peçonhentos no estado de Alagoas, entre os anos de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e quantitativo, com a coleta de dados secundários obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)e análise através do programa Excel. No período de 2012 a 2016, 40.554 casos foram notificados em todo o estado; destes, 57% ocorreram no sexo masculino. Uma maior ocorrência pode ser observada nas faixas etárias entre 20 a 39 anos (33%) e 40 a 59 anos (23%).Os acidentes causados por escorpião obtiveram o maior número de notificações (84,6%), seguido de abelhas (5,7%), serpentes (3,9%), aranhas (1%) e lagartas (0,6%). Acidentes por outros animais e ignorados ou brancos representaram cerca de 2,2% cada. O tempo mínimo entre a picada e o atendimento foi de 0 a 1h (64,7%), enquanto o máximo foi acima de 24 h (2,1%). Aproximadamente 93% dos casos foram classificados em grau leve e 21 óbitos resultantes desses acidentes foram registrados. Estes resultados corroboram com o perfil observado para a média nacional, com exceção do tipo de acidente envolvido, onde a predominância relatada é maior em escorpiões, aranhas e serpentes, respectivamente. Deste modo, a análise dos dados possibilitou caracterizar os principais aspectos epidemiológicos dos acidentes provocados por animais peçonhentos no estado de Alagoas, enfatizando a importância da vigilância e do desenvolvimento de medidas educativas e preventivas em saúde pública direcionadas a estes agravos.