ANÁLISE ESPACIAL DA ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL, 2008-2017
BEATRIZ MARIA DE ALMEIDA BRAZ¹, RAIZZA BARROS SOUSA¹, LAYSA FREIRE FRANCO E SILVA¹, SUZANNA CAVALCANTE LINS¹, LAYSA LINDAURA LAU ROCHA CORDEIRO¹
1. UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2. SMS/LAGOA DA CANOA - Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa da Canoa
biaaabraz@gmail.com

A esquistossomose é uma doença parasitária endêmica no Brasil, e atinge populações em ambientes com condições precárias de saneamento, por isso é considerada um problema de saúde pública principalmente em Estados do Nordeste. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição espacial da esquistossomose no Estado da Paraíba em intervalos qüinqüenais, de 2008 a 2017. Dados de incidência obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) foram tabulados em planilhas no Microsoft Office Excel 2013 e a taxa de incidência bruta cumulativa de cada município foi calculada e importada para o software TerraView 4.2.2 . Foram notificados 1.049 casos de esquistossomose no Estado da Paraíba no total de anos estudado. Pelo menos um município em cada mesorregião notificou um caso da doença no primeiro qüinqüênio. A maior incidência em todo o território estadual foi encontrada em Natuba, município localizado no Agreste, seguido por Pedras de fogo, situado na Mata Paraibana, região metropolitana de João Pessoa. No segundo qüinqüênio, o município Borboremense, Barra de Santana, destacou-se com elevação da taxa de incidência, contrastando com os cinco anos anteriores em que não apresentou nenhum caso novo, seguido por Alcantil, nesta mesma região. Estes municípios estão inseridos na bacia hidrográfica do Rio Paraíba e na bacia hidrográfica do rio Gramame, o que reforça a idéia de que a insuficiência no abastecimento de água, em alguns casos devido à seca, leva a população a buscar alternativas em coleções hídricas disponíveis. Os resultados mostraram que a esquistossomose acontece em áreas focais, onde há contato com águas naturais para desenvolver tarefas domésticas diárias, e onde há precariedade no sistema de abastecimento e saneamento. Esse tipo de estudo propõe intervenções pelos serviços de saúde e mudança de hábitos aos indivíduos residentes nessas áreas de risco para que haja redução da incidência.