DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL, ENTRE OS ANOS 2007 E 2016
BEATRIZ MARIA DE ALMEIDA BRAZ 1, RAIZZA BARROS SOUSA1, LAYSA FREIRE FRANCO E SILVA1, SUZANNA CAVALCANTE LINS1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
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Acidentes causados por animais peçonhentos são comuns e por muitas vezes não são notificados, por isso fazem parte da lista de doenças Tropicais Negligenciadas incluídos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), caracterizando um problema de saúde pública. O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição espaço-temporal dos acidentes provocados por animais peçonhentos no Estado da Paraíba entre os anos de 2007 e 2016. Por meio dos dados de incidência disponíveis na base do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), e a partir de análises de georreferenciamento realizadas no software Terraview 4.2.2. foram identificadas as áreas com maior risco de ocorrência, utilizando intervalos qüinqüenais. Foram notificados 28.187 casos de acidentes por animais peçonhentos no período estudado, provocados por picadas de escorpiões, serpentes, abelhas aranhas e lagartas, em ordem decrescente do número de casos. No primeiro qüinqüênio houve casos em todo o território estadual, contudo, na mesorregião da Borborema, caracterizada pelo clima semiárido, tipicamente quente e úmido, todos os municípios notificaram pelo menos um caso. Nessa região as chuvas acontecem nos meses mais quentes, favorecendo a sobrevivência desses animais. Uma vasta área do Agreste, região de transição, e ainda alguns municípios da Mata Paraibana, incluindo João Pessoa, também apresentaram taxas de incidência significativas. Altas incidências em regiões metropolitanas podem estar relacionadas com o crescimento desordenado das cidades aliado ao desmatamento, o que contribui para que esses animais busquem áreas de alojamento e alimento em ambiente urbano. Houve uma elevação considerável da incidência no segundo qüinqüênio no Agreste e Mata Paraibana. O sertão do estado, onde o clima é quente e seco, o número de casos manteve-se reduzido nos dois intervalos do estudo. Essa localidade apresenta episódios chuvosos no período quente do ano, o que intensificaria a atividade escorpiônica, porém, devido a intensos períodos de seca, essa tendência pode ser considerada relativa. Esses resultados apontam que os acidentes por animais peçonhentos são um problema de saúde pública, e comumente ocorrem em todo o Estado Paraíba. Dessa forma, medidas de prevenção devem ser adotadas, além de notificação adequada junto ao SINAN.

Palavras- chave: Análise, acidentes, animais, peçonhentos, Paraíba



Palavras-chaves:  ANÁLISE, ACIDENTES, ANIMAIS, PEÇONHENTOS, PARAÍBA