TENDÊNCIAS ESPAÇO-TEMPORAIS DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DE ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL, 2007-2015
BEATRIZ MARIA DE ALMEIDA BRAZ 1, RAIZZA BARROS SOUSA1, DIEGO RICARDO XAVIER SILVA1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2. ICICT/FIOCRUZ - INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE
biaaabraz@gmail.com

A leishmaniose visceral (LV) possui ampla distribuição mundial, com ocorrência na Ásia, Europa, Oriente Médio, África e em pelo menos 12 países das Américas, no Brasil representa um importante problema de saúde pública. Através da utilização de georreferenciamento por meio do software Terraview 4.2.2. as áreas de risco de transmissão foram visualizadas utilizando a taxa de incidência calculada em três triênios a partir de dados disponíveis na base do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Nesses nove anos, foram notificados 306 novos casos de LV. A distribuição de casos englobou todas as regiões, mas de forma heterogênea, concentrando-se mais entre os municípios caracterizados pelo clima predominantemente semi-árido. No terceiro triênio, houve um aumento considerável da incidência nos municípios pertencentes às três mesorregiões do estado. Foram observados através do MoranMap clusters de alta incidência no sertão do Estado, no primeiro e segundo triênios, região caracterizada pelo clima semi-árido, quente e seco na maior parte do ano e com predominância de vegetação de caatinga. Essa mesorregião é historicamente conhecida pela precariedade provocada pela seca, no que diz respeito a condições de moradia e saúde, onde principalmente crianças vivem sob condições de má nutrição, o que favorece a instalação e o agravamento de doenças. No terceiro triênio, o aglomerado de maior significância estava espacialmente localizado na região costeira, onde o clima é tropical chuvoso com verão seco. Clusters de baixa incidência foram encontrados em um município situado na costa alagoana e outro na região da mata, localizados na mesorregião do leste do Estado, no primeiro e segundo triênio, respectivamente. Na análise do terceiro triênio não houve cluster de baixa incidência. Os resultados demonstraram que o Estado de Alagoas apresenta uma acentuada expansão geográfica da LV, apontando para a existência de áreas de risco, sendo necessário massificar e priorizar as ações de vigilância epidemiológica nesses locais, ou até adotar novas medidas de controle mais eficazes.

Palavras- chave: Alagoas, Epidemiologia, Georreferenciamento, Incidência, Leishmaniose.



Palavras-chaves:  Alagoas, Epidemiologia, Georreferenciamento, Incidência, Leishmanioses