VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA DE MOSQUITOS (DIPTERA: CULICIDAE) NO PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS,SEDE DO JEQUITIBÁ, CACHOEIRAS DE MACACU, ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
THAMIRIS DALMEIDA BALTHAZAR 1, DANIELE DE AGUIAR MAIA1, LORENA QUEIROZ PINHEIRO1, ALEXANDRE DE ARAUJO OLIVEIRA1, HERMANO ALBUQUERQUE1, JACENIR REIS DOS SANTOS MALLET1, JERONIMO AUGUSTO FONSECA ALENCAR1
1. IOC - Instituto Oswaldo Cruz - FioCruz, 2. UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
THAMIRISBALTHAZAR@GMAIL.COM

A Mata Atlântica ocupa a segunda área florestal tropical da América do Sul com ampla diversidade ecológica. Essa riqueza de espécies, relacionada ao grupo dos artrópodes, reflete diretamente no aumento do risco de transmissão de patógenos por espécies vetoras. O presente estudo visou realizar um levantamento da diversidade de culicídeos nos limites da sede do Jequitibá pertencente ao Parque Estadual dos Três Picos, localizado no município de Cachoeiras de Macacu, estado do Rio de Janeiro. Foram demarcados cinco pontos de amostragens com diferentes configurações ambientais e próximos à locais onde a circulação humana no parque é mais frequente. Para as capturas dos espécimes adultos foram utilizadas armadilhas luminosas tipo CDC acopladas com CO 2 e capturador de Castro para capturas ocasionais. Os espécimes foram sacrificados e levados ao laboratório para identificação. Foram elaborados mapas temáticos para ilustrarem a distribuição dos culicídeos em cada ponto amostral, observando-se uma ampla diversidade de espécies, incluindo potenciais vetores de arbovírus e de malária. Dentre um total de 1153 espécimes coletados foram identificados oito gêneros. As maiores densidades foram para a espécie Limatus durhamii Theobald, 1901 apontado como possível vetor para o arbovívus Bunyaviridae; e Aedes scapularis Rondani, 1948, já incriminado como transmissor do Rócio vírus, importante para reemergencia no Brasil, além da incriminação para Febre Amarela silvestre já circulante em diversos estados brasileiros e do vírus da encefalite equina venezuelana. Além da representação de outras espécies do gênero Aedes e Haemagogus incriminados como vetores das principais arboviroses circulantes no Brasil, tal como Aedes albopictus (0,88%), Aedes terens (1,44%), Aedes scapularis (4,41%) , Haemagogus leucocelenus (2,32%) e Haemagogus janthinomys/capricornii (0,24%).Destacamos a presença de Anopheles cruzii transmissor da malária e da presença de Sabethes chloropterus Von Humboldt, 1819 e Sabethes belisarioi Nevai, 1908, incriminados como vetores do vírus Febre Amarela Silvestre. Aponta-se a importância da vigilância entomológica na área, uma vez que o parque se apresentou como um local de elevado potencial de transmissão, introdução e reintrodução de arboviroses e malária. Além disso destaca-se a necessidade de ações educativas junto à população, devido à grande circulação humana para visitação ao parque.



Palavras-chaves:  vetores de doenças, Culicidae, Medidas em Epidemiologia, Parque Estadual, Cachoeiras de Macacu