UTILIDADE DIAGNÓSTICA DE HISTOPLASMOSE DISSEMINADA EM PACIENTES COM HIV/AIDS ATRAVÉS DO SANGUE PERIFÉRICO.
ELADJA CHIRISTINA BEZERRA DA SILVA MENDES1, CLAUDIO JOSÉ DOS SANTOS JÚNIOR1, CYNDI MYRELLE DA SILVA BARROS ROMÃO1, JOSÉ WELLINGTON MENEZES DA SILVA1, MARIA CLAUDIANE BEZERRA DE SOUZA1, MARIA CRISTIANE FERREIRA DE SOUZA ARAÚJO1, LUIZ ARTHUR CALHEIROS LEITE1, FERNANDO LUIZ DE ANDRADE MAIA1
1. CESMAC - Centro Universitário CESMAC, 2. HEHA-UNCISAL - Hospital Escola Dr. Hélvio Auto – Universidade de Ciências da Saúde do Estado de Alagoas – UNCISAL.
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Introdução: A Histoplasmose é uma micose sistêmica causada pela inalação dos esporos de Histoplasma capsulatum, fungo dimórfico térmico, encontrado no meio ambiente associado a solos úmidos. Com o surgimento do vírus HIV, formas extrapulmonares com sepses fúngicas agressivas começaram a se tornar mais frequentes. Nesta síndrome, a histoplasmose representa, muito provavelmente, uma reativação de focos latentes de infecção pregressa ou, mais raramente, aquisição exógena, por ocasião da imunodepressão. Objetivo: Relatar a utilidade diagnóstica da detecção de inclusões intraneutrofílicas sugestivas de Histoplasma capsulatum no sangue periférico de pacientes críticos com HIV-AIDS assistidos em um hospital de referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em todo estado de Alagoas. Método: Foram estudados uma série de 6 casos de pacientes com diagnóstico de HIV/AIDS e histoplasmose disseminada (HD), visualizados durante o exame de sangue periférico. Foi elaborado um questionário para coletas de dados, contendo dados sociodemográficos, clínicos, laboratoriais e evolutivos, por meio de levantamento dos prontuários médicos. A análise dos dados foi realizado através de análise descritiva, utilizando o software Prisma 6.0. Discussão e conclusão: A HD é a forma clínica mais comum de histoplasmose em pacientes com infecção por HIV e é associada a baixa contagem de células CD4. Os resultados do estudo demonstraram que em todos os casos com HD apresentaram sepse fúngica, somente detectada após a visualização do fungo no exame de sangue periférico, visto que o fungo tem crescimento lento em cultura e que os pacientes críticos necessitam de intervenção rápida com anfotericina B lipossomal. A maioria dos pacientes eram homens jovens, com imunossupressão grave, sendo o quadro clínico principal caracterizado por febre, diarréia crônica, dispnéia, dentre outros. Quanto aos achados radiológicos, a visceromegalia, infiltrado intersticial reticulonodular e hemorragia digestiva alta foram mais frequentes. A pancitopenia pode ser uma característica importante para diagnóstico de HD em pacientes com infecção por HIV, principalmente trombocitopenia e é visto como fator de risco associado com mortalidade. Conclui-se que o exame de sangue periférico de pacientes críticos deve ser minucioso, pois pode ser útil na detecção de cepas de Histoplasma capsulatum intraneutrofilicos, podendo auxiliar no início da terapia precoce.



Palavras-chaves:  Histoplasmose disseminada, HIV, sangue periférico