SÍFILIS CONGÊNITA COMO INDICADOR DE QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL NO MUNICÍPIO DE OLINDA, PERNAMBUCO, BRASIL
EDERLINE VANINI DE BRITO1, MARIA REJANE FERREIRA DA SILVA1, ANA MARIA ROCHA DA CRUZ LEITE1, KARINNE AZEVEDO AMORIM1, LYVIA NAYÁ BEZERRA DA SILVA1, TAÍSA MELÂNIA MOREIRA DE OLIVEIRA1
1. UNINASSAU - CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU, 2. UPE - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, 3. CPQAM - CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
ederline_vanini@yahoo.com.br

No Brasil, desde o início da década de 1980, a assistência integral à saúde da mulher vem se consolidando como uma das prioridades nas políticas de saúde, principalmente no que se refere à gestação, ao parto e ao puerpério. Uma das preocupações é a redução de casos novos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), particularmente a Sífilis Congênita (SC), visto que é causa frequente de morbimortalidade perinatal e complicações precoces e tardias de nascidos vivos. Este estudo teve como objetivo analisar a qualidade da assistência ao pré-natal no município de Olinda, utilizando-se como indicador a sífilis congênita (SC). Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e de corte transversal. Como fontes de dados, foram utilizadas as fichas de notificação epidemiológicas e de investigação dos casos de SC, disponíveis no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) do período de 2013 a 2016, como também um questionário estruturado onde foram entrevistados profissionais das Unidades de Saúde da Família (USF) e da vigilância epidemiológica. Os dados foram digitados em Excel e analisados no SPSS 13. Foram registrados 341 casos de SC. A maior proporção de SC incide entre as mulheres maiores de 20 anos, com menos de 8 anos de estudo e 83,25% delas realizaram o pré-natal. Tanto as mulheres (90,0%) como os seus parceiros (92,0%) foram inadequadamente tratados. Foram entrevistados 46 enfermeiros dos quais mais da metade (54,3%) informaram que havia dificuldades para realizar os exames assim como o recebimento dos resultados. Entre os informantes, 36,9% afirmaram que não realizavam o controle da cura das gestantes com VDRL positivo durante o pré-natal e a maioria (78,26%) tinha problemas para realizar o tratamento dos parceiros das gestantes. Apesar da sífilis ser uma doença cujo agente etiológico é bem definido, tratamento eficaz e de baixo custo, ainda observa-se grande proporção de gestantes infectadas. Os resultados apontam que a sífilis no período gestacional ocorre em mulheres jovens (média de idade de 20 anos), com pouca escolaridade e baixa renda. A oferta de serviços de assistência pré-natal altera os desfechos das gestações e a sua ausência pode elevar a mortalidade perinatal em até cinco vezes. A resolução de problemas como a SC e de outros agravos à saúde implica na adoção de políticas públicas estruturantes e ações intersetoriais, além de investimentos em capacitação profissional e melhoria na comunicação entre os diferentes serviços.



Palavras-chaves:  Cuidado Pré-Natal, Qualidade de assistência à saúde, Sífilis congênita