SÍNDROME METABÓLICA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ETIOLOGIA CHAGÁSICA X NÃO CHAGÁSICA
CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS1, TAYNE FERNANDA LEMOS DA SILVA1, NATÁLIA MARIA SANTANA DE ALBUQUERQUE 1, TAÍSA RAMOS DA SILVA1, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1, MARIA CLEIDE FREIRE1, MARIA JOSÉ MARQUES COUTINHO E SOUZA1, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SILVEIRA BARROS 1, SILVIA MARINHO MARTINS1, MARIA BEATRIZ ARAÚJO SILVA1, WILSON ALVES OLIVEIRA JÚNIOR 1
1. PROCAPE/UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco , 2. FENSG/UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças , 3. HUOC/UPE - Ambulatório de Clínica Médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz
taynelemos@gmail.com

Introdução: A Doença de chagas (DC) é a etiologia da Insuficiência Cardíaca (IC) que apresenta pior prognóstico. Objetivos : Verificar a prevalência da síndrome metabólica (SM) entre pacientes (PAC) de insuficiência cardíaca de etiologia chagásica (ICCh) e comparar com outras etiologias (ICñCh). Metodologia : Estudo de corte transversal, prospectivo, com inclusão de PAC consecutivos, atendidos em ambulatório de referência no período de abril a junho de 2018.O diagnóstico de SM foi considerado segundo o National Cholesterol Education Program (NCEP), quando estão presentes três ou mais dos cinco critérios: obesidade como circunferência abdominal(CA) superior a 102cm no homem e 88cm na mulher; glicemia de jejum > 110mg/dl; triglicerídeos > 150mg/dl ou tratamento de dislipidemia; HDL-c < 40 em homens e < 50mg/dl em mulheres ou tratamento de dislipidemia e pressão arterial sistólica (PAS) > 130 e pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 85 mmHg ou tratamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Aos que aceitaram a participação no estudo, foram submetidos à entrevista/ exame físico e coleta de exames laboratoriais. Foi considerado significância estatística p<0,05. Resultados: Amostra foi composta de 110 PAC de IC , 20 de etiologia DC e 90 IC Não Chagásica. Entres PAC ICDCh a prevalência da SM foi 20%, com predominância do sexo masculino 70%, idade média 64±28 anos (41-81), natural do interior 85%, procedentes da região metropolitana (RM) 65%, renda per capita até 1 salário mínimo 70%, baixa escolaridade 50%, HAS 90%, diabetes mellitus (DM) 15%, doença arterial coronariana (DAC) 15% e fração de ejeção (FE) média de 36%.Entre ICñDCh a prevalência da SM foi 31%,com predominância das etiologias idiopática 38%, hipertensiva 31%, sexo masculino 64%, 58±46 anos (23-89), natural e procedentes da RM respectivamente 51% e 82%, renda per capita até 1 salário mínimo 72%, baixa escolaridade 54%, HAS 79%, DM 28%, DAC 15% e FE média de 39%.Quando comparado os grupos são semelhantes entre todas as variáveis, inclusive quanto a SM (p=0,369), exceto quanto a naturalidade do interior do Estado que mostrou-se predominante nos PAC ICDCh (p<0,001). Discussão e Conclusão : A SM esteve igualmente presente entre PAC ou não de DC, quando no passado a doença era relacionada a pessoas circunscritas ao ambiente rural considerados não poluídos pelo processo da industrialização, no entanto na atualidade foi observado uma mudança deste cenário, inclusive com presença DAC nesta população.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Insuficiência Cardíaca, Síndrome Metabólica