RELATO DE CASO: MEDIASTINITE COMO COMPLICAÇÃO DA ANGINA DE LUDWIG.
GEIZIEL MOREIRA CRUZ 1, FLAVIO MARTINS DA SILVA1, JOILTON DANTAS SIQUEIRA SILVA1, RICARDO LINCOLN FERNANDES SILVA1, LUCAS JUSTO SAMPAIO1, LUCAS NOGUEIRA ANTUNES DE SOUZA1, PAMELA CRISTINA DANTAS DIAS1, ANA LUIZA SILVA DE ALMEIDA1, PAULO TRAJANO SILVA JÚNIOR1
1. UNISL - Centro Universitário São Lucas, 2. HC - Hospital das Clínicas, 3. UNIP - Universidade Paulista
geizielcruz@gmail.com

A angina de Ludwig (AL) é uma celulite, polimicrobiana, necrosante de rápida progressão envolvendo o assoalho da boca e pescoço. A infecção pode atingir espaço retro faríngeo e, excepcionalmente, o mediastino. A mediastinite (mdn) apesar da baixa incidência possui alta taxa de mortalidade. Com finalidade de relatar caso de paciente com diagnóstico de Angina de Ludwig com evolução para mediastinite. Foram realizadas consulta ao prontuário médico, exames laboratoriais e revisão de literatura. Diante disso, paciente masculino, 34 anos, com história de extração dentária, foi admitido em hospital de emergência na Amazônica Ocidental em 2015, apresentando odontalgia inferior direita, odinofagia, trismo, disfagia, febre, calafrios, dispneia, dentes em mal estado de conservação e aumento do volume submandibular descendente à direita. O hemograma exibiu leucocitose com desvio à esquerda e a radiografia de tórax demonstrou alargamento do mediastino. Foi tratado inicialmente com ceftriaxona, clindamicina e amicacina. A tomografia computadorizada contrastada evidenciou coleção hipodensa na região submandibular e espaço parafaríngeo profundo estendendo-se para todo mediastino e confirmando o diagnóstico de AL. O abscesso foi drenado por incisão na região retrofaríngea e colocado dreno de penrose. Devido a MDN necessitou de drenagem torácica e após o procedimento evoluiu com melhora do estado geral e alta hospitalar. Esse agravo tem na infecção no molar inferior seu principal precedente. Outras causas incluem o trauma mandibular e o abscesso peritonsilar. Em geral, pacientes apresentam história de extração dentária ou higiene bucal precária. Referem dor e inchaço em região cervical anterior, trismo, odinofagia e disfagia. No exame físico exibe febre, inchaço submandibular e no assoalho da boca. A dispneia e o estridor são sinais de obstrução de via aérea e com risco de consequências fatais. As complicações incluem a mediastinite, abscesso subfrênico e derrame pleural. O tratamento objetiva manter a via aérea, conter a infecção com antibióticos de amplo espectro e drenagem do abscesso.  Neste caso, houve drenagem torácica devido a mediastinite. Conclui-se que a AL é uma síndrome clínica que, embora incomum, possui risco de complicações com alto grau de mortalidade como a MDN. O conhecimento sobre a doença permite diagnóstico precoce, evita a progressão da doença e tem prognóstico favorável quando manejado de forma adequada.



Palavras-chaves:  Angina de Ludwig, Celulite, Mediastinite