RELATO DE CASO: IMPLICAÇÕES DO PÉ DIABÉTICO NO MANEJO DE TÉTANO ACIDENTAL EM IDOSO.
GEIZIEL MOREIRA CRUZ1, GLADSON DENNY SIQUEIRA1, JOILTON DANTAS SIQUEIRA SILVA1, LUCAS JUSTO SAMPAIO1, RICARDO LINCOLN FERNANDES SILVA1, SUZANA IZABEL MOREIRA1, GABRIELA DE CASTRO INÁCIO SAISSE BASTOS 1, JULIANA JEANNE VIEIRA DE CARVALHO1, FELIPE GOMES BOAVENTURA1, BRUNO HENRIQUE DURÃES DE SÁ 1
1. UNISL - Centro Universitário São Lucas, 2. CEMETRON - Centro de Medicina Tropical de Rondônia, 3. CEUJ/ULBRA - Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná
geizielcruz@gmail.com

O tétano é uma doença de alta letalidade, tendo sua forma acidental (decorrente de acidentes) geralmente adquirido através da contaminação de lesões necróticas e com tecido desvitalizados, semelhantes aquelas encontradas em portadores de pé diabético . Diante disso, esse trabalho tem a finalidade de relatar o caso de um paciente masculino, 70 anos, agricultor, encaminhado à centro de referência na Amazônia Ocidental, devido quadro de tétano acidental com foco tetanogênico em lesões de pé diabético de difícil cicatrização. Para seu desenvolvimento foram utilizados prontuários médicos, exames laboratoriais e revisão de literatura. Paciente diagnosticado há 5 anos com Diabetes Mellitus (DM) de difícil controle e com histórico lesões recorrentes em membros inferiores, relata acidente com farpa de madeira no hálux do pé direito 7 dias antes da admissão. Apresentou-se em hospital regional com ausência de defecação nos últimos 2 dias, hipertonia localizada e hiperpatia no membro afetado, pancitopenia e uremia. Foi tratado inicialmente, em enfermaria com ciprofloxacino, clindamicina e diazepam. Após 3 dias, foi realizado amputação do hálux e debridamento da lesão, seguida piora clinica por hiperalgesia e espasmos generalizados, disfagia e trismo, sendo diagnosticado com tétano acidental, em seguida traqueostomizado e encaminhado à UTI de serviço de referência. Foi utilizado esquema de sedação para paciente com diazepam em bomba de infusão contínua, seguido de sulfato de Mg e Metronidazol, além de vacinação e soro antitetânico. Durante a evolução clinica teve lesão renal e submetido à processo dialítico. Durante a evolução clínica, paciente sempre apresentou piora, com manutenção da febre e lesão renal (insuficiência). Paciente apresentou melhora bem evidente quando foi feita a amputação do pé lesionado 20 dias após internação, com posterior melhora clínica-laboratorial progressiva, e alta para enfermaria. Portanto, tendo nos idosos sua maior incidência, o pé diabético se caracteriza por recorrência de lesões e problemas na cicatrização decorrentes da microvasculite da DM descompensada. Com isso, dificulta-se o manejo conservador em lesões desse tipo, pois às torna potenciais focos sépticos.  Junta-se a falta de vacinação ou reforço antitetânico em pacientes idosos e cria-se um grupo de risco importante para esse agravo, onde a letalidade se mostra até 6 vezes maior quando comparada à outras faixas etárias.



Palavras-chaves:  Idoso, Pé Diabético, Tétano, Toxoide Tetânico