ACIDENTES POR SERPENTES GÊNERO Bothrops NO MUNICÍPIO DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ.
NEUDER WESLEY FRANÇA DA SILVA1, WASHINGTON LUIZ ASSUNÇÃO PEREIRA1, JORGE ALBERTO AZEVEDO ANDRADE1, AMANDA DESIRÉE ASSUNÇÃO CECIM 1, ANA CAROLINE CARDOSO DE OLIVEIRA 1
1. SESPA - Secretaria de Estado de Saúde Pública , 2. UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia, 3. UNAMA - Universidade da Amazônia, 4. IEC - Instituto Evandro Chagas
carol_cardoso1@hotmail.com

O Brasil registra anualmente cerca de 22 mil acidentes ofídicos, a maioria por serpentes do gênero Bothrops (jararaca, jararacuçu e outros), com frequência e óbitos variando por regiões. Acidentes botrópicos usualmente ocorrem em áreas de matas secundárias, uma condição ambiental comum no Estado do Pará, sendo Belém um dos municípios que reuni atributos ambientais de características amazônicas para ocorrência desses acidentes. O presente estudo tem como objetivo descrever o perfil dos acidentes botrópicos no município de Belém. Para os resultados, procedeu-se estudo retrospectivo de dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação, da Secretaria de Estado de Saúde Pública, no município de Belém, entre os anos de 2013 e 2017. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel, sendo realizada análise estatística descritiva simples. Observou-se 247 notificações por serpentes, das quais 31,52% foram por serpentes do gênero Bothrops , sendo as vítimas frequentemente do sexo masculino (71,63%), principalmente com idade entre 20 e 34 anos e ocorrências na zona urbana (75,81%), atingindo com maior frequência estudantes (27,92%) e dona de casa (11,69%). O intervalo de tempo entre acidente e início do tratamento foi de 3 a 6 horas (33,95%), sendo os pés (57,67%), pernas (18,14%) e mãos (10,23%) as áreas corporais mais atingidas. A dor foi o sintoma local mais frequente (93,95%), quanto aos sistêmicos, foram detectadas manifestações vagais (4,65%) e neuroparalíticas (3,26%). Os acidentes foram de leves (60,66%), moderados (35,07%) a graves (2,84%). O tempo de coagulação sanguínea foi realizado em 17,21% e soroterapia em 98,14% dos casos, com 92,28% evoluindo para cura e pelo agravo, 0,47% tiveram óbito. Conclui-se que os acidentes por Bothrops são responsáveis pela maioria das soroterapias antiofídicas no município de Belém. Estes, provavelmente ocorrem, pelas proximidades de residências com áreas de mata secundária, sendo os membros inferiores mais atingidos por estarem próximas do “bote” e as mãos por ser usada como proteção ou meio de vasculhar áreas próximas ao chão. A frequência dos acidentes é do tipo leve, sendo o tratamento até 6 horas do acidente e soroterapia adequada, fatores que certamente contribuíram para as curas detectadas, inclusive sem sequelas e baixo índice de óbito, entretanto, pouco se utiliza do teste de coagulação sanguínea o qual é essencial para nortear a administração do quantitativo adequado de ampolas de soro antibotrópico.



Palavras-chaves:  Bothrops, acidente ofídico, Belém, Estado do Pará