ACIDENTE COM ARRAIAS NOTIFICADOS NO ESTADO DO PARÁ
NEUDER WESLEY FRANÇA DA SILVA1, WASHINGTON LUIZ ASSUNÇÃO PEREIRA1, JORGE ALBERTO AZEVEDO ANDRADE1, AMANDA DESIRÉE ASSUNÇÃO CECIM1
1. SESPA - Secretaria de Estado de Saúde Pública , 3. UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia, 4. IEC - Instituto Evandro Chagas
amandacecim1@hotmail.com

Os acidentes com arraias (acantotóxicos) são causadas tanto por espécies marinhas quanto fluviais, através de ferroadas ocorrendo quando a vítima adentra o ambiente desses animais e raramente quando os manuseia e é provocado pela introdução do ferrão, geralmente serrilhado e envolvido por uma bainha de tegumento, sob a qual estão glândulas de veneno. As lesões são de caráter necrosante, sendo a dor o sintoma proeminente e que pode durar horas ou dias. O presente trabalho objetiva descrever o perfil do paciente acidentado por arraia no Estado do Pará. Foi realizado estudo quantitativo e descritivo dos acidentes por arraias notificados entre 2007 e 2017 pela avaliação de dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel, sendo realizada análise estatística descritiva simples. Registrou-se 1.984 notificações de incidentes por arraia, sendo os principais municípios de ocorrência, Santarém (22,69%), Conceição do Araguaia (16,24%), Belém (11,70%) e Chaves (10,39%); com vítimas do sexo masculino (80,04%), e faixa etária entre 10 e 64 anos (92,59%). Ocorrendo principalmente nos membros inferiores (90,83%) e, usualmente, nos pés (80,59%). Quanto à gravidade, 74,10% foram acidentes leves com manifestações locais (90,60%), onde as dores (89,77%) e edemas (53,28%) foram os sintomas mais frequentes. Manifestações sistêmicas foram verificadas em 5,40% dos casos, e manifestações neuropáticas (ptose palpebral/turvação visual (2,17%) miolíticas/hemolíticas (1,46%) e vagais (1,41%). O intervalo de tempo do acidente ao inicio do tratamento variou de 0 a 1 hora (47,80%), com ausência de complicações locais (68,60%) e sistêmicas (69,20%), respectivamente, e 76,81% das vítimas evoluíram para cura, ocorrendo óbito pelo agravo em 0,10% dos casos. A literatura reporta que a prática do lazer associada a banhos em rios e igarapés acaba por expor uma parte significativa da população aos acidentes, sendo os locais mais rasos os mais propícios para a presença de arraias. Conclui-se que há aumento anual de notificações por arraia, possivelmente mais pelo compromisso de realizar o registro que declarar aumento na frequência de exposição ao acidente, deixando de ser relativamente negligenciável a titulo de registro de informação, bem como demonstrou ser a quarta causa de acidentes por animais peçonhentos no Estado do Pará, sendo os casos usualmente leves apesar das manifestações locais.



Palavras-chaves:  Arraia, acidente, Estado do Pará