PERFIL DO PACIENTE AGREDIDO POR ANIMAIS POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DO VÍRUS DA RAIVA NO MUNICÍPIO DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ.
NEUDER WESLEY FRANÇA DA SILVA3, WASHINGTON LUIZ ASSUNÇÃO PEREIRA3, JORGE ALBERTO AZEVEDO ANDRADE3, AMANDA DESIRÉE ASSUNÇÃO CECIM3
1. IEC - Instituto Evandro Chagas, 2. UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia, 3. SESPA - Secretaria de Estado de Saúde Pública
amandacecim1@hotmail.com

A raiva é uma antropozoonose comum aos animais e homem que se caracteriza como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de, aproximadamente, 100%. A transmissão ocorre principalmente por inoculação do vírus presente em saliva e secreções do animal infectado, usualmente pela mordedura. No Brasil, nas áreas urbanas, o cão e gato constituem as principais fontes de infecção. Nesse sentido, o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), entre os anos de 1980 a 1990, sofreu uma estruturação em todo País, estabelecendo para a doença medidas de prevenção e controle profilático da raiva, com vacinação ou tratamento com soro antirrábico. Neste contexto, o presente estudo objetivou descrever o perfil do paciente agredido por animais potencialmente transmissor do vírus da raiva, no município de Belém, Estado do Pará. Foi realizado estudo quantitativo e descritivo de atendimento antirrábico do Sistema de Informação de Agravo de Notificação da Secretaria de Estado de Saúde Pública, no município de Belém, entre os anos de 2013 a 2017. Nesse período houve 28.635 notificações, com média anual e mensal de 5.727 e 2.386 casos, respectivamente. Os principais agressores foram cães (82,29%) e gatos (14,74%). Para fins de conduta de tratamento, 61,62% dos animais apresentam-se aparentemente sadios, porém, em 60,10% dos casos, não há registros acerca da condição final dos animais, após período de observação (negativo ou positivo para a raiva). A faixa etária de maior ocorrência do paciente agredido foi de 20 e 64 anos (59,17%) em ambos os sexos e, os estudantes, os indivíduos mais agredidos (30,45%). A profilaxia de vacinação foi indicada em 67,69% dos casos. Dos cães e gatos agressores, 97,98% dos vitimados não tinham informações da situação de vacinação dos animais. Em relação às agressões, as mordeduras foram as mais frequentes (83,87%), sendo as mãos, pés e membros inferiores os locais mais acometidos (77,65%). Quanto ao padrão dos ferimentos, foram em 56,27% dos casos únicos, em 49,11% e 43,87% superficiais e profundos, respectivamente. Conclui-se que a ausência de informações, quanto à situação final do animal, aliado às baixas buscas ativas pela vigilância dos pacientes que não completaram o tratamento profilático, revela a necessidade de maiores capacitações para os profissionais atenderem à normatização do PNPR, assim, considera-se que o município de Belém é uma área vulnerável ao surgimento da enfermidade.



Palavras-chaves:  Agressão, atendimento antirrábico, Belém, Estado do Pará