PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES OFIDICOS DA MESORREGIÃO DO BAIXO AMAZONAS DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
ALEXANDRE DO NASCIMENTO BARBOSA 1, MARIA JOSIÉRIKA CUNHA DA SILVA 1, PEDRO PEREIRA DE OLIVEIRA PARDAL1
1. UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, 2. HUJBB - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO
xandeadriana@gmail.com

Os envenenamentos por serpentes peçonhentas no Brasil ocorrem com grande frequência e são causados, sobretudo, por animais dos gêneros Crotalus, Lachesis, Bothrops e  Micrurus . Nessa perspectiva, no ano de 2016 foram notificados aproximadamente 26.244 casos de ofidismo no país, sendo que a região norte computou 8.638 dos casos onde 4.722 foram oriundos do estado do Pará. O Baixo Amazonas é uma das seis mesorregiões que constituem o segundo maior território do país. O déficit de informações divulgadas concernentes aos acidentes provocados por animais peçonhentos no estado dificulta o conhecimento da distribuição dos acidentes por essas serpentes, assim como dos dados epidemiológicos. Isto pode permitir que ocorram falhas no planejamento e na distribuição de recursos para o tratamento e manejo das vítimas no estado do Pará. Nessa ótica, foi realizado um estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo analisando os dados relativos aos acidentes pelas principais serpentes de ocorrência na mesorregião do Baixo Amazonas entre o período de 2007 a 2016 obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) oriundos da Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará (SESPA). As variáveis consideradas foram: faixa etária, sexo, tipo de serpente, evolução, meses em que os acidentes aconteceram, classificação dos acidentes, local da picada e o tempo de atendimento. Os dados foram tabulados através do Microsoft Excel 2010. Nessa perspectiva, foram notificados 5691 casos no período avaliado, com média de 569,1 casos/ano; a maior frequência de casos foi no sexo masculino (80,3%) e a faixa etária que apresentou maior risco foi a do intervalo de 20 a 39 anos (28,84 casos/10 mil hab.); o maior número de casos ocorreu entre dezembro e abril (48,6%), em grande parte causados pelo gênero  Bothrops  (80,93%); a maioria dos casos 2572 (45,19%) foram classificados como casos moderados, 413(7,26%) foram considerados graves e 33 (0,58%) evoluíram para óbito. Os membros inferiores foram os locais mais acometidos. Além disso, a grande parte dos pacientes foi atendida em um intervalo de 3 a 6 horas 1282 (28,16%), no entanto, 13,35% dos pacientes só foram atendidos com 12 a 24 horas. O período pluviométrico elevado encontrado nos meses onde ocorreu aumento dos registros dos acidentes ofídicos auxilia no entendimento da ocorrência destes eventos. O perfil epidemiológico encontrado é fundamental para prevenção de novos casos bem como eficaz para o planejamento das ações em saúde.



Palavras-chaves:  Acidente Ofídico, Epidemiologia, Vigilância em Saúde Pública