AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE CASOS DE HEPATITE B NOTIFICADOS NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2017 |
A hepatite viral é uma infecção do fígado que pode ser provocada pelos vírus A, B, C ou D. Os vírus que têm mais importância clínica pelo elevado risco de cirrotização e de mortalidade no Brasil, são os tipos B e C. Esse trabalho tem como objetivo avaliar a o panorama das hepatites B no Nordeste entre os anos de 2008 e 2017, através de um estudo transversal descritivo, onde foram analisadas as seguintes variáveis: Número de casos notificados no Brasil, Nordeste e Unidades Federativas, ano de primeiro sintoma, coinfecção, sexo, faixa etária, raça e gestação. O critério de exclusão foram essas variáveis em branco ou ignorado. Foram inclusos 128.077 casos no estudo. A região Nordeste teve 12.114 casos notificados, com 9,48%, e ocupou a quarta colocação entre as regiões com maior incidência de hepatite B do Brasil, ficando atrás do Sul (33,60%), Sudeste (31,68%) e Norte (16,70%). Os estados nordestinos com maior incidência de hepatite B foram a Bahia, Pernambuco e Maranhão, com respectivamente, 4.155, 1.646 e 1.542 nos 10 anos estudados. Na região Nordeste houveram 131 casos notificados de coinfecção do vírus da hepatite A e B. A coinfecção entre o vírus B e C foi de 364 casos. Do ano de 2007 ao ano de 2013 houve um acréscimo de 70% do número de casos notificados, logo após houve uma redução de 14,41% até o ano de 2016. No ano de 2017 houve uma redução abrupta de casos notificados, reduziu o equivalente a 26,03% do número total de casos de 2016. A média de acometimento por sexo no Nordeste foi de 51,27% para os homens. Das 5.903 mulheres notificadas com o vírus da hepatite, 1.816 estavam gestantes. O adulto jovem, dos 40 aos 60 anos, foi mais acometido, com cerca de 82,49%, enquanto que os menores de 20 anos somaram-se 7,63% e os maiores de 60, 9,88%. A raça parda teve uma maior incidência, com 71,58% dos casos notificados no nordeste. Enquanto que a raça negra e branca tiveram, respectivamente, 14,07% e 12,84%. A hepatite B, mesmo com a redução do número de casos dos últimos anos, ainda é um grave problema de saúde pública, devido a sua alta prevalência e, quando diagnosticadas tardiamente, elevado custo para o tratamento da hepatite crônica e suas complicações. A fim de evitar essas complicações, se faz necessário um maior investimento em campanhas de combate e prevenção às ISTs e ampliação da imunização da hepatite B, além de constante atualização dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce e manejo correto dessa doença. |