MOBIMORTALIDADE POR SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DE PERNAMBUCO: PANORAMA DOS ÚLTIMOS 10 ANOS
JÉSSICA CORDEIRO DO AMARAL FIRMINO1, JOSÉ RICARDO BARACHO DOS SANTOS JÚNIOR 1, RAFAELLA CARDOSO GONZALEZ1, ALINE IRAMAIA BRAGA SILVA1, CINTHYA SANTOS NASCIMENTO DE ALBUQUERQUE1, JULIANA BACCAGLINI VENTURA POLESI1, MARIA DA CONCEIÇÃO BARACHO DE MELO1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 2. HAS - Hospital Albert Sabin
RICARDO.BARACHO@YAHOO.COM

A sífilis é uma doença milenar que se mantém prevalente mesmo com eficácia da penicilina no tratamento e cura. Na gestante, a sífilis pode provocar a sífilis congênita (SC), que é responsável por altas taxas de morbimortalidade para o concepto. O presente estudo analisa os casos notificados de sífilis congênita e os desfechos para o feto e o recém-nascido no estado de Pernambuco por meio de um estudo transversal, descritivo e com dados secundários provenientes do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisadas as seguintes variáveis: ano do diagnóstico, faixa etária, raça e sexo da criança, faixa etária e escolaridade da mãe, evolução da doença e momento do diagnóstico da sífilis materna e realização de pré-natal. Foram excluídas as opções “branco” ou “ignorado” de cada variável, reduzindo a amostra de 10.457 para 5.266 casos. A capital pernambucana concentrou 36,84% dos 5.266 casos notificados de SC no estado de Pernambuco nos últimos 10 anos, sendo o município com maior quantidade de casos notificados da doença nesse estado, em seguida vem os municípios de Olinda e Jaboatão dos Guararapes com, respectivamente, 10,39% e 9,09%. Os grupos mais acometidos pela SC foram de filhos de mulheres com nível de escolaridade da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental (39,92%) e 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental (16,14%). Já os grupos com menor quantidade de casos foram de filhos de mulheres com ensino superior completo (0,53%) e incompleto (0,70%). Aproximadamente 87,77% das mulheres que tiveram filhos com SC fizeram acompanhamento pré-natal. Esse grupo teve uma mortalidade menor quando comparado ao grupo de filhos de mulheres que não tiveram o acompanhamento pré-natal, com respectivamente, 1,38% e 3,41%. A mortalidade também foi maior nos filhos das mulheres que não tiveram o diagnóstico de sífilis gestacional (4,54%) e que tiveram o diagnóstico no momento do parto e curetagem (2,4%) e menor na sífilis gestacional diagnosticada durante o pré-natal (0,9%). Quando comparados os anos de 2008 e 2017 percebe-se um aumento de 423,59% da quantidade de notificações de SC no estado de Pernambuco. Pode-se concluir que a SC acarreta um crítico problema de saúde pública, pelas suas graves consequências e elevada morbimortalidade. Logo, é essencial uma melhor assistência à saúde das gestantes e RN, principalmente no diagnóstico precoce e no acompanhamento para garantir um tratamento efetivo das gestantes.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Neonatologia, Sífilis, Sífilis Congênita