ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA FEBRE TIFÓIDE NO NORTE DO BRASIL
MARIA JOSIÉRIKA CUNHA DA SILVA 1, KELY CAMPOS NAVEGANTES LIMA1, ANA LÍGIA DE BRITO OLIVEIRA1, MARTA CHAGAS MONTEIRO1
1. UFPA - Universidade Federal do Pará
josierika17@gmail.com

O principal agente etiológico da febre tifoide é a bactéria gram negativa Salmonella typhi, a mesma possui formato de bastão com perfil oportunista, sendo a supressão do sistema imune uma das principais características apresentadas pelos pacientes infectados. Sua transmissão ocorre através do consumo de água e alimentos contaminados por fezes de pessoas infectadas pelo agente. De acordo com a literatura, no mundo anualmente cerca de 9.9 a 24.2 milhões de novos casos surgem e desses 75,000 a 208,000 evoluem a óbito. Em países desenvolvidos observa-se cerca 15 casos para cada 100.000 habitantes enquanto que a incidência nos países em desenvolvimento é consideravelmente maior principalmente devido a existência da deficiência no suporte de saneamento básico. Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo analisando os últimos dados disponibilizados sobre os casos de febre tifoide notificados na região Norte entre os anos 2013 a 2015 por meio meio do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (TabNeT). A região Norte do Brasil apresentou 304 como um total de casos notificados, o Estado do Pará possui o maior número de notificações, totalizando 201 casos (201: 66,11%), em segundo lugar, encontra-se o Estado Amazonas com um total de 20 casos (20: 6,57%) durante o período de 2013 a 2015. Em relação aos demais Estados, os dados obtidos foram insuficientes, em sua maioria não havia nenhuma notificação durante alguns anos, como no caso do estado do Acre, este apresenta notificações somente dos anos de 2014 e 2015, totalizando 2 casos (2: 0,65%). O estado de Roraima notificou 4 casos (4: 1,31%), todos no ano de 2014, o Estado do Amapá teve notificado 81 (81: 26,64%) casos, enquanto nos Estados de Tocantins e Rondônia não ocorreu nenhuma notificação. É evidenciado através de estudos que a subnotificação ainda é muito recorrente no Brasil devido as limitações existentes dentro do sistema, como a deficiência no diagnóstico ou nas vias de acesso, mesmo nas de notificação compulsória, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, o que dificulta a produção de estudos que possibilitariam um maior conhecimento sobre a patologia e dos agravos causados pela mesma. O estado do Pará notificou a maior quantidade de casos registrados no período, seguido do estado Amazonas, enquanto os dados dos demais estados foram insuficientemente conclusivos diante dos dados disponibilizados. 



Palavras-chaves:  febre tifoide, norte, epidemiologia