ESTUDO RETROSPECTIVO DA FREQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DA RAIVA NO PERÍODO 2000-2017 NA HAVANA, CUBA.
MARINA GALINDO CHENARD 1, YUNIOR RAMÍREZ MARTÍN1, GINETTE VILLAR ECHARTE1, NATACHA NÚÑEZ PÉREZ1, ARMANDO LUIS VÁSQUEZ PÉREZ1
1. PZN - Parque Zoológico Nacional de Cuba, 2. UNAH - Universidad Agrária da Havana, 3. CPHEM - Centro Provincial de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia da Havana, 4. LAB.TOXO - Laboratório de Toxoplasmose e outras Protozooses
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A raiva é definida como uma doença viral causada por um vírus neurotrópico frequentemente encontrado na saliva de animais infectados. É caracterizada por uma irritação no sistema nervoso central, seguida de paralisia e morte, as feridas por mordedura no rosto, cabeça, pescoço ou mãos devem ser tomadas muito a sério. O vírus da raiva tem a capacidade de afetar todos os mamíferos, e está amplamente distribuído em todo o mundo. Essa entidade possui uma letalidade de 100%, classificado como zoonose e na sua transmissão intervém a agressão de um animal doente. O trabalho foi realizado no Centro de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia da província de Havana com o objetivo de avaliar a frequência de apresentação da raiva no período 2000-2017 e sua relação com as mordeduras por animais. Com um desenho não experimental longitudinal de tendência foram identificados os dados proporcionados pelo programa de raiva, as variáveis em estudo foram: focos de raiva pelos municípios, pessoas lesionadas, faixa etária, amostras enviadas ao laboratório, animais que lesionam, classificação de lesões por área corporal e gravidade da mesma. Uma estatística descritiva foi feita para a variável faixa etária registrando os dados em uma tabela de frequência a partir do programa Statgraphic plus versão 5.1 e um teste de intervalos múltiplos para determinar se existem diferenças significativas entre as medias das idades. Uma análise de regressão quadrática foi realizada entre as variáveis total de pessoas lesionadas e cães que lesionam. No município de Boyeros foi realizado um estudo observacional descritivo e prospectivo com os pacientes que se apresentaram nesta área de saúde em 2017, com lesões por mordeduras. De um total de 1370 amostras enviadas ao laboratório, 964 correspondem a animais que lesionam (AL) e 406 animais de vigilância epidemiológica (VE), foram positivos para o vírus da raiva pela técnica de imunofluorescência 126 animais, representando 9,19% das amostras totais analisadas. Os resultados mostraram que os municípios que apresentaram o maior número de casos por raiva foram Boyeros, Lisa e Arroyo Naranjo coincidindo serem os periféricos da cidade. A espécie mais implicada em lesões múltiplas (38%) e de menor gravidade (58%) foram os cães mestiços com donos e a maior porcentagem de lesionados no município de Boyeros foram homens com mais de 18 anos de idade.



Palavras-chaves:  mordeduras de cães, raiva, zoonoses