PERFIL DOS CASOS DE TUBERCULOSE NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL
MELISANE REGINA LIMA FERREIRA 1, RAFAELE OLIVEIRA BONFIM1, TATIANE CABRAL SIQUEIRA1, CLEONI ALVES MENDES DE LIMA1, NILDA DE OLIVEIRA BARROS1, NATHALIA HALAX ORFÃO1
1. UNIR - Universidade Federal de Rondônia, 2. EERP/USP - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 3. SESAU - Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, 4. LACEN/RO - Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia
melisane1206@gmail.com

A tuberculose (TB) continua sendo uma constante e grave problema de saúde pública mundial, além de ser considerada altamente endêmica nos ambientes prisionais, o que sugere uma atenção especial no que se refere às populações privadas de liberdade (PPL), considerada um dos grupos mais suscetíveis a desenvolverem o agravo comparado à população geral, atrás somente das pessoas em situação de rua. Neste sentido, este estudo buscou analisar o perfil dos casos de TB no complexo penitenciário do município de Porto Velho – RO, no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal e abordagem quantitativa, a partir do levantamento das variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, doenças e agravos associados) e clínicas (ano da notificação, tipo de caso, forma clínica e exames diagnósticos (raio-X, baciloscopia de escarro, anti HIV, cultura de escarro, teste rápido molecular para a TB (TRM-TB) e teste de sensibilidade)) no Sistema de Notificação de Agravos Nacional (SINAN), de toda a PPL notificada no sistema prisional e/ou em outras unidades de saúde do município. Os dados foram analisados por distribuição de frequência e, para análise da associação entre o local de notificação da PPL com TB e as demais variáveis do estudo, foi realizado o teste Qui-quadrado, teste exato de Fisher e análise de resíduos, após atendidos os preceitos éticos. Durante o período previamente selecionado, foram notificados 443 casos de TB entre a PPL no estado, dos quais 256 notificados no complexo penitenciário e 100 casos nas outras unidades de saúde do município, tais como APS ou serviços de referência. Verificou-se que houve associação entre a notificação em outros serviços com o sexo feminino, aids, alcoolismo, uso de drogas ilícitas, forma clínica extrapulmonar, pulmonar mais extrapulmonar, raio-X suspeito, baciloscopia de escarro negativa para diagnóstico, HIV positivo e cultura de escarro não realizada/em andamento. A notificação da PPL com TB no complexo penitenciário apresentou associação positiva com a não realização de raio-X. Tais resultados refletem a necessidade de articulação e atendimento na rede de suporte devido à gravidade dos sinais e sintomas, principalmente para aqueles que possuíam a coinfecção TB/HIV, aids, alcoolismo e faziam uso de drogas ilícitas, bem como de um fortalecimento dos serviços de apoio e diagnóstico para a TB, para que desta forma, as ações de controle da doença sejam otimizadas.



Palavras-chaves:  Prisões, Tuberculose, Vigilância Epidemiológica