ANÁLISE DA COINFECÇÃO TB/HIV ENTRE A POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO NORTE
MELISANE REGINA LIMA FERREIRA1, RAFAELE OLIVEIRA BONFIM1, TATIANE CABRAL SIQUEIRA1, CLEONI ALVES MENDES DE LIMA1, NILDA DE OLIVEIRA BARROS1, MARIA HELENA MORAIS DIAS1, NATHALIA HALAX ORFÃO1
1. UNIR - Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2. EERP/USP - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 3. SESAU - Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, 4. LACEN/RO - Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia
melisane1206@gmail.com

A tuberculose (TB), como primeira causa de óbito por doenças infectocontagiosas do mundo, quando associada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), foi responsável, em 2015, por 1,2 milhão de adoecimentos e 0,4% de óbitos pela coinfecção TB/HIV, o que entre a população privada de liberdade (PPL), torna-se fator associado a complicações durante o tratamento e desfechos desfavoráveis. Neste sentido, este estudo buscou analisar a situação da coinfecção TB/HIV entre a PPL do município de Porto Velho – RO, no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal e abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio de um levantamento das variáveis sociodemográficas (sexo, cor/raça, idade, escolaridade e doenças e agravos associados (aids)), clínicas (terapia antirretroviral (TARV)) e do tratamento (regime de tratamento do TDO e encerramento dos casos) da PPL portadora de TB. Como critérios de inclusão, utilizou-se toda a PPL coinfectada com TB/HIV do município. E, como exclusão, aqueles cujos desfechos do tratamento estavam em branco. Os dados foram analisados por distribuição de frequência, após atendidos os preceitos éticos. Durante o período previamente selecionado, foram notificados 443 casos de TB entre a PPL no estado, dos quais 356 (80,4%) pertenceram ao município, e destes 23 (6,5%) eram coinfectados TB/HIV. A maioria eram do sexo masculino (95,6%), cor/raça parda (86,9%), com uma média de idade de 29 anos (dp= ±6,8), sendo o mínimo de 19 anos e o máximo de 44 anos, de 5 a 8 anos de estudo (43,5%) e com o agravo aids (91,3%). Apenas de 3 (13,0%) coinfectados TB/HIV haviam registro sobre o uso da TARV. Além disso, verificou-se um elevado percentual de não realização do TDO (69,6%) e, quanto ao desfecho dos casos, observou-se um baixo percentual para a cura (26,1%), e significante para o abandono (39,1%) e transferência (21,7%). Diante disso, questiona-se como vem sendo realizado o tratamento com a associação das drogas antituberculínicas e TARV, bem como o acompanhamento dos casos, principalmente pelo TDO. Estas fragilidades refletem nos insucessos dos desfechos, tais como o abandono, que contribui para a propagação da doença, agravamento dos sinais e sintomas, possibilidade de resistência aos medicamentos para a TB e desconhecimento da real magnitude da coinfecção TB/HIV entre a PPL nos ambientes prisionais.



Palavras-chaves:  Prisões, Tuberculose, Vigilância Epidemiológica