EVOLUÇÃO CLÍNICA DE GARRA ULNAR PRÉ E PÓS POLIQUIMIOTERAPIA
RODRIGO DE PAIVA SOUZA 1, GABRIEL AYRES LOPES1, BRISA MACHADO PEREIRA1, THAIS DAIANE DE MORAIS SOUZA1, ROSEMARY SOARES KER E LIMA1, LUCIA ALVES DE OLIVEIRA FRAGA1, DIRCE RIBEIRO DE OLIVEIRA1, JENNIFER DELGADO GARCIA1, BAILEY CONNER1, CORI DENNISON1, JESSICA FAIRLEY1
1. UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora, 2. UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce, 3. EMORY - Emory University
RODRIGODEPAIVASOUZA@GMAIL.COM

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa constituindo um grave problema de saúde pública no Brasil, com destaque para a região de Governador Valadares e entorno. A vigilância de núcleos familiares com casos de hanseníase, é uma estratégia relevante para cessar o ciclo de transmissão dessa doença. OBJETIVO: Acompanhamento da evolução clínica de Garra Ulnar, pré e pós poliquimioterapia, de indivíduos diagnosticados com hanseníase de um mesmo núcleo familiar. DESENHO DO ESTUDO: Estudo de Caso. MÉTODOS: Foi realizado o exame clinico de dois adolescentes gêmeos, filhos e contatos intradomiciliares de casal diagnosticado previamente com hanseníase. O exame clínico foi composto por avaliação dermatoneurológica, além disso, foi solicitado o exame parasitológico de fezes, baciloscopia e biópsia. RESULTADOS: No gêmeo do sexo feminino, se observou mácula hipocrômica e hipoestésica em região cervical posterior e perda de força na abdução do 5º quirodáctilo bilateralmente, detectando-se uma Garra Ulnar. Na avaliação sensitiva do membro superior, caracterizou-se presença de alguns pontos do monofilamento violeta, com sensibilidade protetora diminuída da mão. No gêmeo do sexo masculino, foi encontrada uma mácula hipocrômica e hipoestésica na mão direita, na estesiometria da mão apresentou pontos violetas e azuis inferindo uma sensibilidade diminuída, apresentou ainda uma perda de força na abdução do 5º dedo bilateralmente, apresentando uma Garra Ulnar. Nos membros inferiores, apresentou alguns pontos pretos de monofilamento caracterizando ausência de sensibilidade. Ambos os irmãos tiveram o exame parasitológico de fezes positivo para Schistosoma mansoni . DISCUSSÃO: O exame clínico dermatoneurológico foi decisivo para fechamento do diagnóstico de Hanseníase Paucibacilar Indeterminada, com presença da Garra Ulnar nos dois gêmeos. A Poliquimioterapia (PQT) foi aplicada durante 6 meses. Após a realização da PQT, observou-se a melhora na Garra Ulnar de ambos os gêmeos, com ausência de neurites e parestesias relatadas anteriormente, além de uma redução do tamanho das máculas. CONCLUSÃO: O acompanhamento de núcleos familiares com hanseníase, é uma estratégia importante para a identificação de novos casos e para a prevenção de sequelas decorrentes de neuropatias periféricas, como a Garra Ulnar. Dessa forma, reforça-se a necessidade de medidas efetivas de controle para a hanseníase, que mesmo sendo uma doença curável apresenta alto poder incapacitante.



Palavras-chaves:  Dermatologia, Hanseníase, Doenças do Sistema Nervoso Periférico