A SUSCEPTIBILIDADE À HANSENÍASE MULTIBACILAR EM INDIVÍDUOS COINFECTADOS POR HELMINTOS
RODRIGO DE PAIVA SOUZA 1, GABRIEL AYRES LOPES1, BRISA MACHADO PEREIRA1, THAIS DAIANE DE MORAIS SOUZA1, ROSEMARY SOARES KER E LIMA1, LUCIA ALVES DE OLIVEIRA FRAGA1, BAILEY CONNER1, CORI DENNISON1, JESSICA FAIRLEY1
1. UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora, 2. UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce, 3. EMORY - Emory University
RODRIGODEPAIVASOUZA@GMAIL.COM

INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa que se manifesta por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos. Apresenta altas taxas de prevalência no Brasil, sendo hiperendêmica em Governador Valadares e entorno. O estudo da hanseníase associada às helmintíases, especialmente à esquistossomose, torna-se relevante principalmente em zonas rurais, onde ocorre alta incidência dessa parasitose. As infecções crônicas por helmintos promovem alterações imunológicas que podem ativar a resposta Th2 e favorecer a infecção pelo M. leprae tornando o indivíduo susceptível à doença. OBJETIVO: Analisar o papel de coinfecções por helmintos na transmissão e manifestações clínicas da hanseníase. DESENHO DO ESTUDO: Estudo Caso – Controle. MÉTODOS: O estudo está sendo desenvolvido no distrito rural de Limeira de Mantena. A comunidade foi convidada a participar como voluntários, e após esclarecimentos e assinatura do TCLE, os indivíduos foram encaminhados para exame dermatoneurológico. Todos os contatos domiciliares dos casos foram agendados para consultas e exames. Amostras de fezes foram solicitadas para realização do exame parasitológico de fezes. Foram aplicados questionários para obtenção de dados demográficos e socioeconômicos. Foi realizada também a coleta de sangue periférico para avaliação da produção de citocinas para caracterizar o perfil imunológico dos participantes. RESULTADOS: Resultados preliminares mostraram maior produção de IL-10 e diminuição na produção de IFN-g por pacientes multibacilares comparados com controles. Exames parasitológicos foram positivos para S. mansoni, E. coli e E. hystolitica . O exame clínico dermatoneurológico de casos e contatos permitiu o fechamento do diagnóstico de casos de hanseníase multibacilar e o início da poliquimioterapia . DISCUSSÃO: O exame parasitológico de fezes de alguns casos, positivo para esquistossomose, lança a hipótese de uma possível correlação imunológica dessa doença com a hanseníase, pelo fato da doença multibacilar estar associada com uma regulação positiva da resposta Th2. CONCLUSÃO: A presença de infecção por helmintos, que geralmente ativa a resposta Th2, pode desempenhar um papel facilitador na infecção multibacilar da hanseníase . Admite-se a necessidade de mais estudos que confirmem a hipótese da correlação entre hanseníase e esquistossomose.



Palavras-chaves:  Dermatologia, Hanseníase, Saúde Pública