PERFIL DA PROFILAXIA ANTIRRÁBICA HUMANA DE PÓS-EXPOSIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE CIRCULAÇÃO DO VÍRUS RÁBICO EM ANIMAIS NA CIDADE DE NATAL-RN.
ISABELLE ISABELLE RIBEIRO 1, ELAINE DENISE BANDEIRA1, ÁLVARO SOARES DE BRITO FILHO1
1. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2. CCZ-NATAL - CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE NATAL
isabelleribeiro@oi.com.br

Introdução: A raiva é uma zoonose viral que causa encefalite aguda e apresenta letalidade de praticamente 100%. A raiva continua sendo um grave problema de Saúde Pública, responsável, a cada ano, por milhares de mortes no mundo, tanto de animais como de seres humanos, principalmente nos países em desenvolvimento. Em casos de agressão causada por mamíferos transmissores de raiva, os procedimentos técnicos vão desde a análise do histórico da agressão e da condição epidemiológica da doença, até a instituição de tratamento pós-exposição com utilização de vacina ou sorovacinação. Objetivo: analisar o perfil da profilaxia antirrábica humana de pós-exposição e identificar as áreas de circulação do vírus rábico em animais em Natal-RN. Métodos: estudo ecológico que analisou os atendimentos do período de 2007 a 2016 registrados no SINAN. Foram avaliadas variáveis clínicas e epidemiológicas e produzido um mapa de incidência de atendimento por bairro, com indicação das áreas que ocorreram epizootias de raiva. Resultados: houve 18.798 atendimentos, com maior incidência no ano de 2015 (329,74 casos/100 mil hab). A faixa etária mais acometida foi a de 0-13 anos (26,5%), sendo 60,8% desses atendimentos a crianças do sexo masculino. Em 91,5% dos casos, a exposição foi pela mordedura, com ferimentos únicos em 53,8%; os locais anatômicos mais afetados foram mãos/pés (42,7%). A espécie canina esteve envolvida em 71,4% dos casos. Em 64,9% dos tratamentos foi indicada a profilaxia com vacinação. Os bairros de Lagoa Azul, Potengi, Nossa Senhora da Apresentação, Ponta Negra e Pitimbu registraram as maiores incidências de atendimentos, além da epizootia de raiva em quirópteros. Conclusão: o município de Natal apresenta áreas de elevado risco para a ocorrência da raiva humana, sendo o cão a espécie mais envolvida nas agressões e as crianças o grupo mais vulnerável.



Palavras-chaves:  Raiva, Vacinas Antirrábicas, Profilaxia Pós-Exposição, Risco, Epidemiologia Descritiva